web capacitacao.2017Dotar membros do Departamento de Educação Especial do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) de Moçambique, técnicos do Conselho Nacional de Exames, Certificação e Equivalências, professores e diretores de escolas do sistema de ensino moçambicano e avaliadores ministeriais de ferramentas para intervenção no terreno foi o principal objetivo do Programa de Capacitação de Técnicos de Órgão Central – “Políticas e Estratégias de Educação Especial/Educação Inclusiva”, desenvolvido entre 1 e 6 de setembro na Escola Primária Especial Completa n.º 2 de Maputo.

Uma abordagem teórica, concetual e operacional das políticas de educação especial em Moçambique; a análise do diploma legal que regulamenta o funcionamento do setor em Portugal; a avaliação, identificação e intervenção face às diferentes tipologias de necessidades educativas especiais (NEE); intervenção pedagógica junto de alunos com dislexia; apresentações de estudos de casos; desenho de estratégias de intervenção junto de alunos NEE e a avaliação das suas aprendizagens foram os tópicos relevantes do referido programa de capacitação.

No final, David Nhantumbo, diretor pedagógico da Escola Primária Especial n.º 1, afirmou acreditar que a formação foi benéfica, pois “conseguimos ver que critérios de avaliação devemos aplicar nos testes, quais são as estratégias e que adaptações curriculares devemos fazer”, explicou. A mesma opinião partilhou Fátima Uetela, professora de Português das sexta e sétima classes, que garantiu ir aplicar os conhecimentos adquiridos e, assim, melhorar a forma de ensinar.

A ação de capacitação também proporcionou a técnicos do Conselho Nacional de Exames, Certificação e Equivalências do MINEDH meios para intervenções mais ajustada, tal como reconhecem Maridjana Achá e Laura Tembe, afirmando-se conscientes de que a avaliação escolar tem de se adequar ao perfil individual e particular de cada um dos alunos com NEE, afirmando ser necessário que professores e psicólogos “trabalhem de forma articulada connosco”, pois, defendem, “a matriz da nossa intervenção deve partir do que é dado em sala de aula”.

No que se refere à formação de docentes do ensino primário, Aissa Braga, responsável pelo Departamento de Educação Especial, revelou que o MINEDH está a introduzir a disciplina de língua de sinais, o sistema braile e a disciplina de necessidade educativas especiais com o objetivo de “aprimorar a educação inclusiva de pessoas com NEE”, declarou.

A ação de formação foi organizada pelo MINEDH que, para a sua concretização, solicitou apoio à EPM-CELP através do Departamento de Educação Especial e do Serviço de Psicologia e Orientação, cujos elementos foram as facilitadoras do programa de capacitação. “Foi uma troca de experiências entre os diversos intervenientes”, declarou no final Gabriela Canastra, coordenadora do Departamento de Educação Especial da EPM-CELP, revelando ainda que o próximo passo será “apostar num programa de capacitação que obedeça a um plano de estudos de dois anos, onde se abordarão estas temáticas de forma mais aprofundada”. Gabriela Canastra considera que esta ação de capacitação foi o “primeiro fruto” do «1.º Seminário de Educação Inclusiva - entre a família, a escola e a universidade», promovido pela EPM-CELP em abril de 2016, com a parceria da Universidade Católica de Moçambique. “Esta capacitação resultou de uma troca de experiências de pessoas com formações diferentes, de países diferentes, com o objetivo comum de realizar bem o seu trabalho com a população heterogénea das NEE. Esta interação foi muito boa”, declarou, ainda, Gabriela Canastra.

Foram facilitadoras da ação de formação as professoras da EPM-CELP Gabriela Canastra, Ana Paula Gomes e Margarida Fortuna, do Departamento de Educação Especial, e a psicóloga Alexandra Melo, responsável pelo Serviço de Psicologia e Orientação.

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