A escritora e responsável pelo setor de publicações da EPM-CELP, Teresa Noronha, venceu, recentemente, a primeira edição do prémio Maria Velho da Costa. O galardão, no valor pecuniário de 2.500 euros, incluindo apoio à edição da obra pela cooperativa dos autores portugueses, foi criado em setembro de 2020 para homenagear a escritora portuguesa que morreu em maio do mesmo ano.
A novela “Tornado”, a qual suplantou um universo de 80 textos inéditos, é, segundo a autora, um misto de acontecimentos que marcaram a sua vida. “É um livro que levou quase dez anos a escrever, que tem uma parte de memórias ficcionadas. Não é propriamente um livro autobiográfico, mas parte de uma dada realidade”, revelou a escritora para quem “este prémio vem validar-me como escritora. Eu precisava sentir que o que escrevi tem valor literário, não só para mim, mas para os leitores também. E eu precisava disso, porque é um livro bastante pessoal. Foi sobretudo por isso que concorri”.
Sobre o prémio, que homenageia a escritora portuguesa Maria Velho da Costa, Prémio Camões em 2002, Teresa Noronha não tem dúvidas de que valoriza não só o trabalho da patrona, como a língua portuguesa. E acrescenta: “é uma escritora que eu admiro. Foi muito importante no movimento social de emancipação da mulher. É uma escritora que trabalhou muito a língua, com uma exigência apreciável. E eu revejo-me nos seus trabalhos”.
De acordo com o regulamento publicado na página oficial da Sociedade Portuguesa de Autores, o prémio Maria Velho da Costa é “instituído com a finalidade de distinguir obras primeiras, de ficção narrativa, inéditas e não publicadas”. Além deste prémio, o júri constituído por Leonor Xavier, como presidente, José Manuel, Margarida Gil e Teresa Carvalho, atribuiu também menções honrosas a "Num Ápice de Flash, o Imbele Landgravio" de Domingos Landim de Barros, e a "Elegância de Costumes", de Francisco Mota Saraiva.