HOMENAGEM | EPM-CELP evoca memória artística do mestre Mankew (1934-2021)
A EPM-CELP associa-se à homenagem do povo moçambicano ao reputado pintor Mankew Valente Mahumana, cujas cerimónias fúnebres decorrem hoje na sua vila natal, Marracuene, arredores da Cidade de Maputo, na sequência do seu desaparecimento físico na segunda-feira (13), aos 87 anos de Idade.
Para enaltecer a memória e a herança cultural do artista plástico moçambicano, A EPM-CELP irá exibir aquisições de obras do pintor, numa exposição que será inaugurada na próxima segunda-feira (20), evocando memórias de parceria concretizada com o artista e educador, em projetos pedagógicos de artes plásticas.
O artista da geração de Malangatana e Chissano, entre outros, honrou e enriqueceu o Projeto Pedagógico da EPM-CELP com a sua presença em pelo menos duas exposições conjuntamente promovidas. Por exemplo, em 2009, exibiu "Mulher, Rostos de Vida", uma coleção de obras que se enquadravam nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, retratando o dia a dia daquelas que, com o seu labor e numa dádiva constante de vida, constroem o futuro de Moçambique.
A ideia da mostra partiu de Mankew, que pretendia mostrar, não só a sua experiência como artista, mas também como "mestre" e fonte de inspiração de artistas em início de carreira.
Ao longo de uma brilhante carreira recebeu inúmeros prémios e distinções, no seu país natal, na extinta República Democrática da Alemanha e na Bulgária.
Viveu até à sua morte, no bairro de Xipamanine, em Maputo, onde tinha também o seu ateliê. Nascido a 1 de janeiro de 1934, em Marracuene, já na escola primária, desenhava e manifestava qualidades expressivas de representação plástica. No seu percurso, aprendeu com Zedequias Machiana, Malangatana e Lino Chongo, na Missão Suiça, em Matalane.
A sua afirmação como artista tem décadas e, nas suas obras, representou a família e o povo moçambicano, seu dia a dia, como forma de denunciar o colonialismo e lutar pela independência do seu país.
Como autodidata, desenvolveu e aperfeiçoou técnicas de desenho com tinta da china, entre 1961 e 1963. Iniciou o seu percurso como artista com uma primeira exposição coletiva de pintura e escultura na Associação Africana, em 1971, com artistas como Malangatana, Chissano, Muthemba, Samate.
Em 1973 fez a sua primeira exposição individual de pintura e desenho, seguindo-se-lhe muitas outras individuais e coletivas, em Moçambique, na África do Sul, na América Latina e na Europa, por onde espalho obras, na maioria adquiridas por colecionadores de arte.
É também autor de vários murais, com destaque para o mural da Presidência da República em Maputo, um mural na província de Tete, em Moatize e na Alemanha.