Em cerca de uma hora de conversa descontraída em volta da matemática, basquetebol, voleibol e atletismo – áreas que, segundo disse, influenciaram uma nas outras como fontes de persistência e disciplina – passando pelos medos, descriminações e múltiplos desafios, Sarifa Fagilde revelou que se sente orgulhosa e realizada. E o motivo é simples: “o meu título de Professa Catedrática inspira outras mulheres. Por isso, fui escolhida como umas das cientistas africanas para influenciarem as mulheres a trilharem o caminho da educação”, revelou.
Humilde e de trato fácil, Sarifa Fagilde falou igualmente das dificuldades que enfrentou ao longo da sua carreira por ser mulher. Recordou-se, a lamentar, de professores que diziam que a matemática não era para mulheres e de outros, aquando da sua nomeação como coordenadora, que não acatavam as suas ordens pura e simplesmente por ser mulher. “Diziam, eu não vou ser mandado por uma mulher”, disse afirmando que “essa é a grande luta”.
Sobre o estágio atual da educação matemática em Moçambique, a vice-reitora da Universidade Rovuma mostrou-se satisfeita, porém reiterou que é preciso mais incentivo. “Há poucos concorrentes e especialistas, principalmente mulheres, nas áreas das ciências comparativamente com outras áreas. É preciso incentivarmos mais”, concluiu.