DESTAQUE | Arte, cultura e emoção a celebrar a Língua Portuguesa
Literatura, cânticos, poesia, dramatização, artes plásticas, cores, culturas e emoções, manifestadas de todas as formas, foram o mote das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), onde académicos, atores, instrumentistas, cantores, poetas e escritores usaram da sua arte para celebrar a magia desta Língua que nos une.
O evento teve início com uma saudação musical, através da interpretação de “Elisa Gomara Saia” da Orquestra Marrabenta, interpretada pelos professores Assumane Saíde, na percussão, e Isac Maússe, no piano e repartiu-se por vários momentos, tais como o lançamento da antologia poética para a infância “Primeiro livro de poesia – uma introdução aos poetas de Moçambique”, organizada pelo escritor moçambicano, Pedro Pereira Lopes, e ilustrada pela artista visual e investigadora portuguesa, Filipa Pontes; a exibição artística das culturas moçambicana, portuguesa, brasileira, cabo Verdiana e um pouco de toda a CPLP; a inauguração da exposição “Contar Histórias Com a Avó ao Colo”, com trabalhos feitos por alunos do pré-escolar, 1º Ciclo e 2º Ciclo da EPM-CELP, sobre o livro com o mesmo título.
Intercalados pelos discursos e notas de piano, seguiu-se, então, uma viagem à volta da antologia através de declamação de poemas selecionados pelos alunos da escola. Karen Fernandes e Luísa Jeque, do 12.ºB, trouxeram um louvor às mães que sonham com mundos maravilhosos para os seus filhos e levaram os presentes a uma infância mais pura, através dos textos “Sonho de Uma Negra”, de Marcelino dos Santos, e “Boneca de Pano”, de Alberto da Barca, respetivamente.
Outros momentos poéticos foram proporcionados pelas alunas Patrícia Rodrigues e Carolina Ossumane, com a leitura dos poemas de Eduardo White, “Passa lento meu barquito à vela”, e de Noémia de Sousa, “Irmãozinho negro tem um papagaio de papel”, e uma dramatização do “Mundo Perfeito”, de Angelina Neves pela aluna Rita Morais.
Sempre a unir artes e emoções, três alunos da EPM interpretaram, ao piano e em diferentes momentos, composições de música clássica. Diogo Lorvão tocou “Marcha Turca” de Mozart; Nhikywa Bilale, “Comptine d´un outr éte” de Yann Tiersen e Guilherme Lorvão, “Bohemian Rhapsody” dos Queen.
Seguiram-se momentos de discurso em torno da Língua, da literatura e das artes. Luísa Antunes, presidente da Comissão Administrativa Provisória (CAP) da EPM-CELP, referiu que “Ao editarmos este livro de poemas de poetas de Moçambique, de antes e depois da independência, pretendemos trazer aos mais novos as vozes que, simultaneamente, trazem a História deste país e nos levam a recuar até à infância”.
O livro, segundo a dirigente, “reúne vozes moçambicanas múltiplas como um mosaico que cada leitor poderá compor à sua vontade. O organizador do livro, Pedro Pereira Lopes, é escritor e faz parte dos escritores mais jovens. Já publicou connosco cinco livros para a infância. O Pedro, para além de escrever, faz questão de levar o livro e as suas palavras junto das crianças através de inúmeras atividades de promoção da leitura”, esclareceu.
A apresentar a obra, o escritor Lucílio Manjate explicou que o livro “apresenta-se como revelador, provocador e desafiador”, por trazer à tona vozes – muitas outras – esquecidas da poesia para a infância e por ser uma espécie de incitação à produção deste género literário em Moçambique.
Para o organizador da antologia, Pedro Pereira Lopes, a obra vem desmitificar o espaço que a poesia ocupa no país: “embora Moçambique seja considerado um país de poetas, ainda não temos sequer 10 livros de poesia escritos para crianças. Portanto, ainda há muito caminho para se percorrer, sobretudo, para salvaguardar o título que nos é atribuído”, disse o escritor para quem “a EPM-CELP tem dado sempre oportunidade para que as suas aventuras literárias sejam concretizáveis. Agradeço por isso”.
No evento, alguns autores de textos selecionados para o livro, como Alberto da Barca, Armando Artur, Mauro Brito e Emmy Xyx tiveram, igualmente, oportunidade de falarem sobre os seus textos.
Unir artes, culturas e cantar na mesma Língua
Ainda no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa na EPM-CELP, dois grupos de música, do Brasil e Cabo Verde, abrilhantaram o evento com canções típicas das suas culturas. Após a sessão do lançamento do livro, a banda Mistura Fina, do Brasil, colocou os presentes a “sambarem” no Pátio das Buganvílias. Outros momentos de música, foram proporcionados, no Pátio das Laranjeiras, pelos grupos Morna de Cabo Verde e pelos professores de Educação Musical da nossa escola.
Ainda no Pátio das Laranjeiras, houve também uma visita guiada pela exposição “Contar Histórias Com a Avó ao Colo”, com trabalhos feitos por alunos do pré-escolar, 1º Ciclo e 2º Ciclo da EPM-CELP sobre o livro “Contar Histórias com a Avó ao Colo”, editado no dia 5 de maio do ano passado.
Estiveram no evento figuras ligadas às artes, professores, dirigentes e diplomatas, como representantes do Embaixador de Portugal em Maputo, Embaixador de Timor Leste, a Cônsul Geral de Portugal em Maputo, Maria Manuela Morais e Silva, o Cônsul Honorário de Cabo Verde em Maputo, Simão Barbosa, o Diretor do Centro de Análise Estratégica da CPLP, Armindo Alcides Garcia Sá Nogueira Miranda, a Diretora Nacional do Ensino Secundário, Gina Guibunda, o Diretor do Centro Cultural do Brasil em Maputo, Jorge Dias, a Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EPM-CELP, Janete Cravino, entre outros convidados.