Com esta coletiva, os artistas propõem-se, igualmente, refletir sobre as várias incertezas atinentes ao presente da Humanidade no que ao consumo sustentável diz respeito. E explica António Silimo: “Eu, como artista, já estou a fazer a minha parte. Quando reutilizo o papelão, permito que este produto – muitas vezes lixo – não inunde as ruas. Imagine se fôssemos muitos os artistas com essa técnica de reciclagem, teríamos uma cidade limpa”.
A trabalhar a arte há mais de uma década, Jorge Cupula vê na reciclagem um alicerce das suas construções. Trabalha o ferro, o alumínio e dá formas e sentidos a todos os materiais metálicos, vendidos, às vezes, por catadores de ferro, vizinhos, principalmente crianças, que lhe cedem a matéria prima por não encontrarem nela algum sentido. “Eu trabalho mais com panelas velhas, plásticos, ventoinhas e tampas estragadas, chapas de zinco, e muito mais. São materiais que muitas vezes apanho na rua ou nos txovas”, disse o artista para quem “é sempre bom partilhar o meu conhecimento técnico com as crianças”.
A amostra destaca o tema da Sustentabilidade do Homem na Terra como eixo estruturante do Plano Cultural de Escola da EPM-CELP para 2022/2023 e mostra-se como uma proposta universal que, por isso, não quer apenas pensar o impacto ou as consequências do consumismo no Mundo, mas colocar a comunidade educativa a apreciar o belo da arte. Os presépios, as esculturas trabalhadas em ferro, as máscaras em materiais de metal reutilizado, as figuras humanas em arame e outros materiais reciclados são disso um exemplo de atrativos expostos no átrio central da EPM-CELP.