isabel loioEm dois anos de medo social causado pela Covid-19, ficou evidente que a arte de educar não se cinge, apenas, aos profissionais da Educação, nem tão pouco à comunidade escolar. O processo de ensino e aprendizagem envolve, também, todas as relações socioculturais que o indivíduo mantém ao longo da sua vida quer na comunidade, quer com a família. E é aqui, na família, onde reside o papel mais preponderante na formação dos indivíduos, mesmo que a sua função não se sobreponha à da escola.

No contexto atual, de recomeços, é chamada a família a estar mais próxima deste processo de formação dos seus educandos. E será “apostando num trabalho colaborativo entre o Aluno, o Professor e o Encarregado de Educação, num esforço redobrado na concentração, empenho e métodos de trabalho, com o objetivo de se recuperarem e consolidarem as aprendizagens”, alerta a professora Isabel Loio, a quem cabe responder às duas perguntas desta rubrica.

É professora de Matemática, licenciada em Ensino da Matemática, tem uma Pós-Graduação em Desenvolvimento Pessoal e Social e leciona há 34 anos, três dos quais, em Portugal, e os restantes na Escola Portuguesa de Maputo e na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa.

Que dificuldades e desafios enfrentou no primeiro período deste ano, volvidos mais de dois anos de confinamento, onde as metodologias de ensino foram mais desafiadoras?

Com a modalidade do ensino a distância tivemos de adquirir e de nos apropriar de novas competências digitais e os nossos alunos tiveram que se adaptar a uma nova dinâmica de aprendizagem, superando alguns constrangimentos de índole tecnológica, pessoal, familiar e social.  Apesar desta experiência ter sido desgastante, foi profícua.

Registaram-se no início deste ano letivo alguns constrangimentos no que diz respeito à atenção/concentração dos alunos durante as aulas, pois as saudades dos colegas eram muitas, havia que as colmatar, as regras tinham de ser reimplementadas e a postura tinha de melhorar, pois a sala de aula, já era na escola! Mas logo foi ultrapassado este “problema”.

O facto de muitas das aprendizagens, nos últimos dois anos, se terem desenvolvido em ensino a distância e misto comprometeu de forma significativa a aquisição das competências fundamentais para uma aprendizagem de sucesso e a consolidação efetiva das aprendizagens essenciais. Dado o caráter sequencial da disciplina de Matemática, sempre que necessário, foram feitas revisões de conceitos aprendidos em anos anteriores, requisitos essenciais para a aprendizagem de novas matérias. Houve necessidade de cumprir a planificação do ano letivo anterior, de recuperar as aprendizagens essenciais não conseguidas, bem como, de rever e consolidar alguns conceitos.

Que perspetivas tem deste novo período?

As perspetivas para este período são promissoras, fomentando um clima agradável, um ambiente harmonioso, propício à aprendizagem, sustentado numa boa relação pedagógica e afetiva com os meus alunos, na cooperação, permitindo a inclusão de todos os alunos no processo ensino-aprendizagem, melhorando os seus conhecimentos, incentivando e valorizando a participação dos mesmos, de modo a motivá-los e a envolvê-los no trabalho. Sempre que possível, o trabalho colaborativo entre pares e grupos heterogéneos será promovido.

Com o intuito de alcançar o sucesso escolar, será importante poder contar com o papel mais interveniente dos Pais e Encarregados de Educação no processo de ensino e aprendizagem dos seus filhos e educandos, apostando num trabalho colaborativo entre o Aluno, o Professor e o Encarregado de Educação, num esforço redobrado na concentração, empenho e métodos de trabalho, com o objetivo de se recuperarem e consolidarem as aprendizagens.

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