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"João e Maria" e "A Menina dos fósforos" foram os contos infantis que inspiraram as apresentações públicas de encerramento das atividades do ano letivo 2013/2014 do grupo Maningue Teatro da EPM-CELP, ocorridas na primeira semana de junho nas nossas instalações. Na primeira apresentação, no átrio principal, participaram os alunos dos quinto e sexto anos de escolaridade e na segunda, desdobrada em duas sessões realizadas no Auditório Carlos Paredes, os dos terceiro e quarto anos do primeiro ciclo, precisamente os dois grupos que trabalharam na companhia estudantil de teatro ao longo do ano escolar que agora finda. [Galeria de fotos]

Salienta-se, no primeiro espetáculo, a grande surpresa que consistiu a participação especial do grupo de alunos de teatro da Cidadela da Ajuda de Povo para Povo, com a apresentação da peça "Os Munganos", encenada pela atriz e embaixadora da Educação para Todos, Lucrécia Paco.

A metodologia de trabalho do grupo Maningue Teatro, constituído por 45 alunos, consistiu na organização de duas oficinas de trabalho, uma dirigida aos terceiro e quarto anos e a outra aos quinto e sexto anos de escolaridade, cada uma desenvolvendo 90 minutos de trabalho semanal ao longo do ano letivo. Nesta atividade de complemento curricular promoveu-se o espírito de trabalho em grupo, a solidariedade, a autonomia e a criatividade. Neste âmbito os encontros semanais foram, gradualmente, perscrutando estas metas, com jogos e desafios narrativos, convívio e criação de sequências narrativas que resultaram, no último período escolar, em "releituras" dos citados contos.

Os alunos aprenderam as noções básicas da produção de eventos culturais, pois desenharam o cartaz, escolheram o melhor espaço da escola para o afixar, entregaram os seus convites, escolheram os adereços para as personagens que eles próprios inventaram, de acordo com a matriz seleccionada à priori, construíram os seus diálogos, apresentando com alegria o trabalho da sua autoria. Um exemplo dos desafios propostos foi a discussão da preservação e manutenção do espaço de trabalho, criando um conjunto de orientações e procedimentos para "saber estar" no Auditório Carlos Paredes, resultando a peça "O monólogo do Auditório".

O Monólogo do Auditório

Bom dia meninos e meninas...
Bem-vindos à casa que é de todos,
Mas cuidado...cuidadinho,
Deixem tudo limpinho, pois só tomo banho uma vez por dia.
Quando estiverem sentados, não se descuidem,
Pois fica-me a doer o nariz.
Não deitem papeis no chão
Faz-me muita comichão.
E se deitas lixo no meu corpo
Vou parecer um porco
Nas escadas, por favor, não escorregar
Para um trambolhão não apanhar.

Deixem as minhas bandeiras esvoaçar, mas sem as puxar
Para as paredes decorar e os vossos países evocar.
Respeitem o meu coração de madeira
Sem arrastar trastes e coisas pesadas
Que me magoam, riscam e ferem e
dará uma trabalheira.
Usem com muito cuidado os meus fatos
Porque eles são muito preciosos.
Se o espectáculo já acabou,
Cuidado com as portas que se podem entalar
Deixem-me a brilhar para quando voltarem a atuar
Está na hora de bazar...
A saída é por ali,
Por favor, não gritar
Porque posso-me assustar
Voltem sempre
São muito bem vindos
Quero-vos sempre por aqui
Quero-vos sempre perto de mim.

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