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Um grupo de alunos de História de Cultura e das Artes da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) visitou, ontem de manhã, a exposição “Objetos em Trânsito”, do artista plástico moçambicano João Roxo, no Camões – Centro Cultural Português em Maputo. Inserido nas aulas práticas de contextualização sobre a realidade moçambicana, a partir de várias perspetivas do conhecimento, a visita permitiu aos estudantes descortinarem as mensagens implícitas num embrulho de roupa usada, em vários jornais escritos sob signo da contestação e outros objetos, e também questionarem o valor conferido à arte pela sociedade, tanto pelo criador de obras como pelo público fruidor.

Numa roda de conversa, antecedida pela apreciação das obras, o grupo de alunos problematizou o tema da aula “A criação artística: divulgação e consumo”, abrindo espaço para questões relacionadas com a autenticidade do trabalho, a necessidade de criação enquanto fator de inspiração, a simplicidade na comunicação e a interação artista-público. Os questionamentos surgem numa altura em que as interpretações sobre a arte ganham proporções ideológicas na sociedade, tal como justificado no guião da aula: “com o advento da modernidade, no século XX, o conceito de arte alterou-se, expandindo o seu universo de referências. A obra de arte perdeu o seu estatuto de obra-prima, adquiriu novos significados, e o tempo de intervenção artística estendeu-se a novas técnicas e expressões, muitas delas privilegiando o ato criativo ou conceptualização do facto artístico. A arte questiona-se a si própria”.

web expo.objetos1 nov18Na exposição “Objetos em Trânsito”, os alunos identificaram valores que, por um lado, tornam a exposição uma legitimação artística e social e, por outro, que a tornam objeto de debate. Dos desafios lançados ao grupo pela professora acompanhante, Karina Bastos, destacam-se a escolha de uma peça ou ideia do artista por cada um dos alunos participantes na visita, com a respetiva justificação da opção, e, em seguida, elaboração de um discurso crítico sobre a obra, tendo como base os elementos temáticos-estruturais do discurso dos comentadores de arte. Os resultados serão partilhados e apresentados, na segunda fase desta aula prática, ao artista João Roxo no encontro que terá lugar na EPM-CELP, em contexto de sala de aula.

A anteceder a visita à exposição, os estudantes tiveram oportunidade de proceder à sua inscrição na Biblioteca do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, onde obtiveram, de imediato, cartões de leitor. Paralelamente, visitaram as instalações e tiveram aulas referenciais sobre a bibliografia arquitetónica moçambicana.

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