O Auditório Carlos Paredes da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) acolheu, no passado 8 de novembro, um espetáculo de dramatização de contos narrados, bailados e harmonizados através de vários instrumentos musicais, numa iniciativa que envolveu as disciplinas de Teatro e de Educação Musical sob impulso da de Espanhol. Protagonizado pela “La Luna, companhia de cuentos” da Argentina, a exibição, que agregou diversas técnicas artístico-culturais, dirigiu-se a alunos dos sétimo e oitavos do ensino básico.
Enquanto Fer Narradora encantava a plateia com teatralizações que inspiraram criatividade oral, sequenciada por um bailado, Erika Brandauer acompanhava ritmicamente as narrações através do clarinete, guitarra, batuque e outros instrumentos. Do repertório, fez parte o texto “Boca Serrada”, segundo as contadoras de histórias, o mais sugestivo no campo da motivação. “Trata-se da história de um menino que, de repente, parou de falar. Perante a situação, vendo o dono num silêncio preocupante, o seu gato também deixa de miar e, consequentemente, a casa deixa de abrir as suas janelas, as plantas murcham e o sol pára de brilhar. Nisso, só a lua continua na mesma e envia uma mensagem da mãe do rapaz em forma de sonho para o motivar, tendo, no dia seguinte, voltado a falar e contar várias histórias aos amigos”, explicou Fer Narradora. Sublinhou a artista pretendeu-se compartilhar contos que transmitem várias realidades dos povos, particularmente o da Argentina: “o Boca Serrada, por exemplo, dá-nos motivos para seguir adiante, sonhar e não desperdiçar as oportunidades de fazer a diferença”, afirmou Fer Narradora.
De acordo com Uriel Guerra, professor de Espanhol na EPM-CELP, esta iniciativa enquadra-se nas atividades interdisciplinares e tem como objetivos a difusão de aspetos culturais caraterísticos da cultura do país em estudo e identificar especificidades geográficas, culturais do mundo hispano-americano.
“La Luna, compañía de cuentos”, de origem Argentina, foi criada por Fer Narradora e Erika Brandauer e nasceu da intenção de unir duas linguagens: a música e a narração oral. Uma narradora e a outra artista de instrumentos convencionais e não convencionais desenvolvem arte com humor, recorrendo a contos de tradição oral e a diferentes autores, ao ritmo de estilos musicais como milonga, cumbia e bolero.