Nas suas últimas apresentações do ano letivo 2018/2019, alunos do segundo ciclo do ensino básico do grupo estudantil “Maningue Teatro” da EPM-CELP realizaram, na manhã de hoje no Auditório Carlos Paredes, abordagens sobre o abandono, a tolerância, o amor e a cumplicidade a partir das peças "Hansel e Grettel" e "Romeu e Julieta", adaptadas do livro dos irmãos Grimm e da tragédia do poeta, dramaturgo e ator inglês, William Shakespeare, respetivamente. As obras foram adaptadas pelo professor de teatro Rogério Manjate e apresentadas pelos petizes dos “5.ºD”, “6.ºC” e “6.ºE”.
Encenada por duas alunas, “Hansel e Grettel” – um conto de fadas de tradição oral que foi coletado pelos companheiros “Grimm” – retrata a história de dois irmãos que, após a morte da mãe, são abandonados à própria sorte e aos riscos da floresta pelo pai e pela madrasta, acabando nas mãos da “bruxa malvada”. O drama foi apresentado perante uma plateia que participou no espetáculo como uma espécie de juiz, integrando cenas num misto de situações, vivências, simulações e ficções que comoveram os dois lados.
A peça evoluiu com a transformação dos atores, representando com naturalidade as figuras dos irmãos, do pai, da madrasta e da “bruxa malvada”, adequando-se às exigências dramáticas de cada situação interpretada, tal como ocorreu nos diálogos de "Romeu e Julieta", já com 15 artistas em palco. Aqui, sobressaiu a questão como a sociedade atual encara as diferenças sociais, económicas, religiosas e político-partidárias, entre outros fatores, deixando a descoberto a premência da tolerância e convivência harmoniosa entre as pessoas.
A peça “Romeu e Julieta” é uma adaptação da tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare, que fala sobre dois adolescentes apaixonados, mas impedidos de estreitar laços devido aos conflitos entre as respetivas famílias. Na dramatização, os alunos readaptaram os seus desempenhos de acordo com a complexidade da história e o contexto local para simplificarem a narrativa. “A ideia foi ter muitos Romeus para igual número de Julietas para diversificar o trabalho. Se assim não fosse, seria difícil decorar as falas. Então achamos melhor ter muitos atores para um personagem”, esclareceu um dos pequenos artistas quando questionado sobre a presença de cinco figuras para o mesmo papel em palco.
Após o final da peça, plateia e atores envolveram-se em conversa animada, durante a qual foram esclarecidos alguns pontos e passagens da mesma, tendo os espetadores – alunos do segundo ciclo do ensino básico -, elogiado o trabalho dos colegas no espetáculo que marca o encerramento das atividades do “Maningue Teatro” na temporada de 2018/2019.