web pnc.sophia 06nov19
O Plano Nacional de Cinema (PNC) da EPM-CELP exibiu, na tarde de ontem, no Auditório Carlos Paredes, o filme “Sophia de Mello Breyner Andresen”, de João de César Monteiro, que, além de narrar episódios da vida artística da poetisa, vinca o seu inconformismo perante a ditadura – a obra foi gravada em 1969, cinco anos antes de eclodir a Revolução de 25 de Abril. A curta-metragem, trabalhada sob vários pontos metafóricos, destaca também a vida familiar e social da autora de “A menina do mar”, que este ano completaria 100 anos de vida.

O documentário é o primeiro na história do chamado documentarismo do cinema português e, na nossa Escola, foi projetado para alunos do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário, sob o lema “Sophia, uma perspetiva cinematográfica”, procurando levar os estudantes a conhecer a visão do cineasta, as agruras da poetisa e, por fim, a decifrar metáforas e mensagens contra a censura. Na realidade, os estudantes receberam à entrada do auditório um pequeno guião-desafio que propunha exercícios de descodificação e compreensão dos significantes da película, associados às representações da poetisa da liberdade, da arte e dos afetos.

Em debate, no fim da projeção, os alunos revelaram que a obra apresenta caraterísticas estilísticas que se impõem, tanto no olhar da produção como nos dizeres da poetisa, como crítica ao sistema ditatorial. Essa reivindicação, segundo eles, manifesta-se no filme através do voo das gaivotas, que representa a paz, os peixes e o caranguejo que, sem explicação aparentemente óbvia, se destacam na película.

O trabalho, embora seja sobre a figura de Sophia de Mello Breyner Andresen e marcado por uma forte presença do seu olhar e voz na declamação de poemas para o seu filho, não traz narrativas da sua vivência na técnica mais popular dos documentários. É simples, intimista, natural, artístico e sem decorações estéticas visuais.

Nos momentos prévios ao início da exibição, o PNC anunciou o professor Rogério Manjate e o aluno João Bizarro como os novos elementos da equipa, ao mesmo tempo que lembrou a professora Sandra Cosme, a lecionar em Portugal, como a criadora e impulsionadora do PNC na nossa Escola.

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