Não recordamos aquele dia apenas para lamentar, para enxugar as tuas lágrimas. Não. Recordamos, sim, para igualmente nos juntarmos às mulheres que, reunidas em Conferência, em 1910, na Dinamarca, ousaram declarar o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Recordamos, sim, para te encorajar a refletir sobre a operária de 1875, a lutar sem tréguas pela mulher ainda oprimida, pela mulher analfabeta e, consequentemente, mais vulnerável.

Nesta "casa amarela" onde tu prestas serviço, sentimos e vivemos a tua vontade e determinação de seres "o soldado de 1875".

Do brotar da manhã ao cair da tarde, apreciamos, com satisfação, a tua abnegada entrega na sala do estudo estruturado, qual artista cerâmica, qual "Renata". Vemos-te na cantina, paciente e carinhosamente ao serviço dos mais novos, ao serviço dos que mais clamam por teus préstimos.

Quer faça chuva, quer faça sol, quer faça vento, quer troveja, estás presente no jardim, no pátio, na piscina, enfim, em cada cantinho desta casa, levando a bom porto a tua tarefa.

Na decisão de cuidar da saúde de cada um de nós, te encontramos no posto médico. À administração dos medicamentos junta-se a tua simpatia, o teu sorriso, a coragem que transmites, o que contribui para a rápida melhoria daqueles que te procuram.

Na biblioteca, no centro de recursos, na secretaria e no secretariado, estás igualmente presente. A tua entrega no atendimento enche-nos de satisfação e de confiança nos serviços da instituição de todos quantos os procuraram.

Nos gabinetes, a diferentes níveis, te encontramos serena, resoluta e apenas comprometida com a justiça, levando a efeito a espinhosa missão de exarar despachos referentes aos problemas que te são colocados. De igual forma, te encontramos com a mesma serenidade e determinação e apenas comprometida com a missão de gerir a instrução e educação da "casa" na dura, mas necessária tarefa, de planificar as atividades da instituição.

Por fim, e não por seres a última, pois na literatura eclesiástica lê-se "os últimos serão os primeiros", te encontramos na sala de aula. Paciente, sempre amiga e educadora, te entregas à instrução, educação e avaliação de cada um dos teus alunos. Porque acreditas que a educação deles se estende para além da "casa amarela", recebes e reúnes com os encarregados de educação. Quer na receção, quer nas reuniões, apaziguas os ânimos dos pais e encarregados de educação, dialogas pacientemente e mostras ou sugeres a cada um deles os caminhos que acreditas serem os mais apropriados para a educação dos filhos ou dos seus educandos. Qual árbitro! Qual artista plástico, qual Bertina Lopes.

Por tudo isso gritamos em uníssono e bem alto: Bem hajas tu mulher! Bem hajas tu mulher em serviço na EPM-CELP!

Por tudo isso acreditamos e gritamos igualmente em uníssono e bem alto: O futuro da Humanidade está nas tuas mãos.

Maputo, 7 de Março de 2013

O Grupo Disciplinar de História

--<>--<>--<>--<>--<>--<>--<>--<>--

Topo