Lisboa, 23 de março de 2016
Chamo-me Sádia Adam Sidat, tenho 18 anos e, neste momento, frequento o primeiro ano na prestigiosa e melhor faculdade de Direito do país, a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Nesta pequena redação gostaria apenas de agradecer à EPM por me ter tornado no que sou, por me ter ajudado a encontrar o meu verdadeiro “eu” e ter moldado a minha personalidade. Frequentei a escola durante 11 anos (2004/2005-2014/2015), lá passei grandes momentos, grandes deceções e era a minha segunda casa (no sentido literal da palavra).
Queria agradecer pelas bases que me deram, pelos vários talentos explorados em mim, pelo conhecimento que adquiri que muito contribui para as cadeiras que hoje tenho. Fico triste por ter terminado, mas acreditem que levo comigo inúmeras memórias, umas boas e outras menos boas. Lembro-me como se fosse ontem que fiz os meus testes psicotécnicos, dos raspanetes da professora Adília Teixeira e do professor Rodrigo Borges e às demais personalidades que tive a honra de conhecer que me deixarão um pouco deles e levaram um pouco de mim. Lembro-me de expressões que até as uso no meu vocabulário do meu quotidiano e que permanecem na minha consciência. Tenho até cicatrizes no joelhos de ter caído naquele cimento do pavilhão gimnodesportivo, recordo-me de teatros, de palestras, do tempestuoso ambiente de exames e testes, do meu baile de finalistas, do grande auditório com as bandeiras nas paredes laterais, do átrio, das salas e do famoso Pátio das Laranjeiras.
Gostava também de alertar a esta instituição que não parem, não parem o trabalho impecável que fazem, estão a fazê-lo bem, independentemente do que lhes é criticado, a forma como puxam pelos alunos, provavelmente não os darão valor agora, mas mais tarde irão perceber que aqueles alertas seriam para o nosso próprio bem. Eu era uma rapariga que era muitas vezes avisada pelo não cumprimento do uso da farda, mas hoje, o que eu mais quero era ter uma farda, era menos uma preocupação nesta sociedade globalizada e com valores errados, onde o melhor de nós é o que veste a marca mais cara. A minha farda era única, sentia-me parte de uma ‘’mini-sociedade’’, pertencia à Escola Portuguesa de Moçambique, fazia parte da minha identidade.
Concluo, assim, e com a minha maior gratidão o que fizeram por mim, fazem de mim uma mulher mais mulher, alguém que luta pelos seus valores sem desrespeitar ninguém e que a minha retórica seja a minha melhor arma, fazem de mim alguém que quero o melhor para o mundo e alguém que profere com orgulho a minha educação maioritariamente apreendida na EPM. Aos alunos que virão, nada a dizer, senão ‘’Aproveitem!’’.
O meu maior e melhor Obrigada,
Sádia Sidat