web 19aniv.sessaosolene1 nov18
O segundo dia das comemorações dos 19 anos da EPM-CELP, hoje cumprido, foi marcado por duas sessões solenes de atribuição de prémios aos alunos que se destacaram pelo seu desempenho escolar no ano letivo 2017/2018, no Auditório Carlos Paredes, e, no átrio principal, pelo lançamento do livro “O Ensino Técnico Profissional, Industrial e Comercial em Lourenço Marques durante o Estado Novo – A Escola Comercial DR. Azevedo e Silva”, da Coleção “Pensar a Educação”, da autoria de Luísa Antunes, professora de História da nossa Escola.

O primeiro evento, dividido em duas sessões – a primeira honrou os alunos do segundo ciclo do ensino básico e a segunda os do terceiro ciclo e do ensino secundário –, foi marcado por emoções e reconhecimentos dos trabalhos feitos em prol da educação e, sobretudo, pela consciencialização e valorização dos direitos humanos, universalmente declarados há 70 anos. Diversas exibições artísticas no palco convidaram a plateia a refletir sobre as diferenças sociais e humanas e o respeito que inspiram pela observância dos direitos humanos, o mote adotado pela nossa Escola para comemorar o seu 19.º aniversário.

Em palco, os alunos do segundo ciclo exploraram através da voz e dos instrumentos do grupo “Little Singers” a música “Fé” e dançaram ao ritmo de “Pata Pata”, da cantora e ativista dos direitos humanos e da luta contra o “apartheid”, a sul-africana Miriam Makeba, também conhecida como "Mama Africa". Os estudantes do terceiro ciclo e do ensino secundário, por sua vez, extasiaram o público com demonstrações criativas, reunindo no palco pessoas de diversas raças, religiões, opiniões, gostos, culturas e profissões, exibindo a diferença e associando esta aos direitos humanos, essenciais para uma convivência sã e livre de conflitos.

No campo protocolar, a diretora da EPM-CELP, Dina Trigo de Mira, destacou, no seu discurso oficial, os esforços envidados para “colocar a educação ao serviço de um mundo cada vez mais globalizado e mais completo, que procura, para sobreviver, atingir um patamar onde o equilíbrio social, ambiental e económico está presente”, declarou, realçando ainda que “sendo esta escola inclusiva, foi preocupação minha dar sentido a esta vertente, preparando cada um dos nossos alunos para a vida ativa através do projeto OMO, cujas siglas em português significam ´estou por minha conta no trabalho´”. Falando para uma plateia composta por pais e encarregados de educação, professores, alunos e demais convidados oficiais, Dina Trigo de Mira, que deixará no final do corrente ano letivo o cargo de diretora que exerce desde 2008, destacou ainda o contributo da EPM-CELP na construção de homens e mulheres de amanhã, referindo que “fazemos das atividades de voluntariado uma forma de levar os nossos alunos a conhecer e a intervir no meio que nos rodeia, dando-lhes uma maior sensibilidade para as questões sociais da atualidade”.

O evento contou, para além de estudantes, professores encarregados de educação e funcionários, com as presenças de membros da Associação de Pais e Encarregados de Educação e da Associação de Estudantes da nossa Escola, do cônsul-geral de Portugal em Maputo, Frederico da Silva, da embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva.

Livro “O Ensino Técnico Profissional, Industrial e Comercial em Lourenço Marques durante o Estado Novo” e o contributo para a história do ensino em Moçambique

web luisa.antunes1 nov18Após a última sessão solene, o átrio central da nossa Escola acolheu o lançamento do livro “O Ensino Técnico Profissional, Industrial e Comercial em Lourenço Marques durante o Estado Novo – A Escola Comercial Dr Azevedo e Silva”, da autoria de Luísa Antunes, professora de História e diretora do Centro de Formação da nossa Escola. Trata-se de uma obra, a quinta da coleção “Pensar a Educação” do catálogo da EPM-CELP, produzida para a dissertação de mestrado na área de Formação Pessoal e Social, submetida a aprovação ao Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, no ano de 2011.

De acordo com a apresentadora do livro, Maria Manuel Seno, o trabalho de Luísa Antunes não pode só ser visto como um exercício académico, mas, também, como uma contribuição reflexiva e real sobre o estado da educação no país pois “o debate sobre o ensino técnico-profissional mantém toda a sua importância na atualidade de Moçambique, onde o estrangulamento provocado no período colonial, durante o qual o acesso à educação era muito limitado, criou a necessidade atual de estratégias específicas que o tornem mais eficaz na construção da modernidade”, afiançou Maria Manuel Seno.

A autora Luísa Antunes revelou que o livro foi publicado depois da insistência dos seus colegas para que o tornasse público. Segundo contou, o processo de investigação decorreu em dois espaços geográficos distintos, Portugal e Moçambique, o que, por si só, foi acompanhado por momentos longos e sofridos. “A escolha do ensino técnico-profissional prende-se com o facto de ter sido, e em algumas situações continuar a ser, um subsistema de ensino votado durante muito tempo a uma condição de marginalização em relação a outros graus de ensino – primário e liceal”, afirmou Luísa Antunes, explicando que o livro pretende “contribuir para uma melhor colocação dos problemas atuais, através da pesquisa do passado, da problematização do presente e da perspetivação do futuro, ao mesmo tempo que pretende contribuir para a recuperação da memória da instituição objeto de estudo”, concluiu.

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