SOLIDARIEDADE | Alunos da EPM-CELP encheram mochilas com esperança
Os alunos da turma A1 do 10.º ano da EPM-CELP participaram na iniciativa “E se fosse eu? Fazer a mochila e partir” que decorreu anteontem, 6 de abril, em todas as escolas do sistema educativo português que aderiram ao projeto promovido pela Plataforma de Apoio aos Refugiados, em colaboração com o Alto Comissariado para as Migrações, a Direção- Geral da Educação e o Conselho Nacional da Juventude.
A iniciativa teve como objectivo sensibilizar os alunos para a problemática dos refugiados, visando, em ultima instância, dar ênfase a um princípio ético que deve presidir às relações interpessoais: “Põe-te no lugar do Outro”, o qual reconhece alguém como semelhante com quem se partilha, em alguma medida, vivências, sucessos e adversidades.
“Se eu fosse um refugiado” e “Se fosse eu a partir” são exercícios pessoais que visam promover a empatia com quem foge da guerra e procura apoio humanitário para cada um ser capaz de perceber o que o outro sente de modo a melhor poder auxiliá-lo.
Neste contexto, os alunos foram convidados a reflectir para consciencializarem o que significa deixar tudo para trás e partir, com uma mochila apenas, procurando, dessa forma, dar respostas às seguintes questões: O que levarias contigo na mochila e porquê? O que gostarias de encontrar no país de acolhimento?
Foram assim as respostas de alguns alunos:
Madalena Januário - “Levaria comigo o meu telemóvel, documentos, medicamentos, comida, água, produtos de higiene e fotografias da minha família, uma vez que tudo isto é essencial para estarmos um pouco melhor connosco mesmos e comunicarmos com as pessoas que deixamos para trás. (...) Gostaria de encontrar melhores condições de vida e alguma liberdade para sair e ninguém me olhar de lado.”
Olívia Rocha – “Se por alguma razão o meu país de origem estivesse em guerra e eu tivesse de partir tentaria fazer com que na minha mochila coubesse uma cópia da Bíblia, para que quando me sentisse sem forças e abatida pudesse procurar conforto nos ensinamentos da minha religião. (...) Levaria a minha identificação pessoal e, se ainda tivesse espaço, um caderno onde eu pudesse escrever sobre as minhas emoções.”
Valter Rosa – “Se estivesse na mesma situação dos refugiados levaria a minha guitarra, porque quando chegasse ao país de acolhimento poderia tocar e ganhar dinheiro.”
Maria Trigo – “ Se me encontrasse na situação de refugiado as primeiras coisas que pensaria em colocar na minha mochila seriam as recordações das pessoas mais importantes e muita coragem e fé.”
Muhammad Rafi – “Gostaria que estivessem de braços abertos para me receberem e me oferecerem um lugar para descansar.”
Elian Jimenez – “Gostaria de encontrar esperança, novas oportunidades e uma cultura completamente diferente para conhecer.”
Sofia Lipari – “Ao longo da viagem muitos sentimentos permaneciam em mim, levava um sorriso no rosto, com a esperança de que tudo corresse bem e caso alguma coisa acontecesse, gostaria que o meu último gesto não fosse uma lágrima.”
José Rodrigues – “Para além dos bens materiais, levaria comigo toda a esperança e força de vontade que pudesse encontrar e tolerância para superar cada desafio que aparecesse e acreditar que o melhor estaria para vir.”