Os alunos da turma A1 do 12.º ano da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) visitaram, no passado dia 24 de novembro, o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), localizado na Manhiça.
No final da visita os alunos redigiram um trabalho académico que é abaixo transcrito.
“A visita de estudo realizada pela turma ao CISM visava elucidar a mesma um pouco acerca do mundo da investigação científica (no que toca aos procedimentos e ao modo como esta atua na sociedade), das influências socioeconómicas que potencialmente afetam esta pesquisa (como as crenças culturais e o nível de analfabetismo da comunidade em estudo) e compreender a necessidade e a importância deste tipo de instituições para a busca de uma melhor qualidade de vida para sociedade (neste caso para a moçambicana).
A visita de estudo iniciou com uma pequena palestra, durante a qual nos foi introduzido o CISM e vários docentes dos diversos ramos de estudo do centro - como as ciências sociais e o cancro do colo do útero, as doenças respiratórias e diarreicas, a malária, a SIDA e as IT – explicaram como sucedia o contributo de cada uma dessas áreas para o CISM.
Em seguida foi feita uma visita guiada aos laboratórios, onde nos foram mostrados os equipamentos utilizados para contagem de células em fluidos e para deteção do parasita da Malária, e os viveiros de mosquitos criados com o fim de estudo da eficácia (para a consequente produção) de pesticidas.
Com esta visita de estudo os alunos concluíram que o CISM é de extrema importância para a sociedade moçambicana, uma vez que promove o estudo das doenças, procurando um modo de atuação eficaz. Realizam inquéritos e rastreios para analisar certa comunidade, ensaios clínicos para a produção e implementação de vacinas, atribuindo assistência técnica e sanitária - como redes mosquiteiras e pesticidas - e através de formações direcionadas à população para atenuar a proliferação de tais doenças.
É, também, de salientar o facto de o centro estar de certo modo associado ao Hospital Central da Manhiça, através do departamento de clínica do centro, por permitir uma ação direta sobre a população infetada, recorrendo ao Sistema de Vigilância de Morbilidade, procurando obter e armazenar informação (através das consultas pediátricas) para consequente análise no CISM, a fim de que seja atribuída a ajuda necessária.
Sobre o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM)
O Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM) localiza-se na Manhiça (80 km a norte de Maputo, Moçambique) e foi criado pelo governo Moçambicano em parceria com o governo Espanhol em 1996. Atualmente é totalmente controlado pela Fundação Manhiça (fundada em 2008).
Este centro tem como principal foco de estudo as doenças que mais afetam a população moçambicana (mais precisamente as mulheres grávidas e as crianças até aos 5 anos de idade), como a SIDA a malária, a tuberculose e doenças respiratórias e diarreicas, para poder proporcionar um melhor estado de saúde e, assim, uma melhor vida para a nação e até para toda África.
O centro já realizou estudos e rastreiros nas províncias de Maputo, Manica, Zambézia e Cabo-Delgado.
Deste centro de estudo constam 3 prémios (2 moçambicanos e 1 espanhol), cerca de 48 publicações científicas e vários Ph.D.”
Consulte a página oficial do CISM para informações mais detalhadas.