
Alunos do quarto ano do ensino básico e respetivos pais e encarregados de educação da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) celebraram, na passada sexta-feira (22 de junho), o fim de uma etapa escolar, de ensino de monodocência, e festejaram as conquistas de um período de quatro anos. No espetáculo, os petizes içaram as bandeiras de Moçambique e de Portugal e desfilaram no arraial folclórico luso-moçambicano, arrebatando o entusiasmo de todos.

Outro momento particularmente marcante, também protagonizado pelos alunos, foi o dedicado à Filosofia para Crianças, através da montagem de um expositor no qual os petizes afixaram os seus projetos de vida no final de um ciclo estudantil. A verdade e a humildade foram no mesmo sentido, o da definição da personalidade de cada um, com seus pontos fortes e fracos. Uma iniciativa que misturou experiências artísticas e de humanidade, com múltiplas e variadas formas de manifestações, como, por exemplo, a poesia, fotografias e prosa literária. A ideia foi criar espaços de reflexão sobre sonhos e projetos de vida, num exercício de liberdade e cidadania.
Emoções nos jogos tradicionais e calor no palco
Depois das manifestações culturais e de uma pausa para degustar variedades de produtos expostos no recinto da EPM-CELP, os anfitriões voltaram à carga, desta vez para provar habilidades nos jogos tradicionais de Moçambique e de Portugal, participados por alunos e familiares. O sucesso do evento foi a inclusão de todos os presentes nas brincadeiras, ou seja, em cada atividade os petizes estiveram sempre acompanhados pelos pais e encarregados de educação num exercício de descontração e afetividade.

A sós ou acompanhados pela banda composta pelos professores Assumane Saíde (piano) e Isac Maússe (baixo) e pelo bibliotecário Paulo Mulhanga (guitarra), os alunos exteriorizaram os seus sentimentos e exibiram os conhecimentos musicais adquiridos ao longo dos quatro anos. Em destaque, cantou-se “Há dias assim”, “Hino da alegria”, “Não me mintas”, “O meu coração não tem cor” e “Quando eu for maior”, este último tema escolhido para cântico dos finalistas.
Nas representações dramáticas, o “Passeio da família Sitoe”, dos alunos da turma F sob coordenação da professora Zahirra Amade, criou suspense e diversão na plateia. No decorrer da peça, o público foi convidado a encontrar soluções para os problemas da família Sitoe, entre os quais a falta de tempo do chefe da casa para estar com a família e festejar as datas comemorativas.
Outro sucesso, foi o “Encontro intergaláctico” entre Moçambique e Por-tugal, feito de manifestações culturais dos dois povos, com destaque para as danças. E esta foi a surpresa que pais e encarregados de educação ofereceram aos filhos, encerrando com uma coreografia arrebatadora do entusiasmo da plateia, então composta por alunos e convidados.
Para o público a festa encerrou por volta da meia noite, mas para os finalistas e professores continuou noite dentro até cerca das 9 horas do dia seguinte, quando os pais voltaram à escola para preparar o “matabicho” pa-ra todos.

“Esta é uma Escola de afetos”
Após os vários espetáculos da festa de encerramento dos finalistas do primeiro ciclo do ensino básico, que duraram cerca de oito horas, a diretora da EPM-CELP, Dina Trigo de Mira, satisfeita com a organização, afirmou que “esta Escola é uma casa de afetos e, isso, viu-se com as diversas intervenções dos encarregados de educação, dos pais e dos alunos. Esta casa é grande, mas eu considero uma família, entre professores, alunos, funcionários...”.
O arraial luso-moçambicano foi o culminar de um ciclo de quatro anos, durante o qual a maior parte dos alunos, agora finalistas, tiveram uma aprendizagem centrada num único professor. Por isso, a festa marca uma etapa de transição, dentro e fora da escola, rumo ao próximo ciclo de estudos.
