“EPMcaching” é o nome da iniciativa que transformou a EPM-CELP, na passada sexta-feira, num campo de aventura em busca do saber para cerca de 130 alunos das seis turmas do sétimo ano do ensino básico. O caminho foi desenhado por 12 estações temáticas que desafiaram os estudantes a desvendarem saberes múltiplos e diversos. O evento foi impulsionado pelo grupo de Geografia, mas envolveu todas as disciplinas daquele ano de escolaridade no exercício curricular interdisciplinar e transdisciplinar.
Sob o lema “Viagem à volta das disciplinas”, a atividade consistiu em avaliar competências e saberes dos alunos associados à Matemática, Inglês, Francês, Espanhol, Educação Física, Educação Visual, Ciências Físico-Químicas, Geografia, Português, Ciências Naturais e História. Divididos em grupos, os alunos percorreram um circuito em busca dos “carimbos do saber” no “passaporte epmcaching”, distribuído a cada grupo para certificar a passagem por cada uma das estações e a respetiva pontuação obtida.
No circuito, por cada desafio superado os grupos ganhavam um carimbo no passaporte e a localização da estação seguinte. Por exemplo, na estação “Orienta-se e Organiza-te”, as equipas tinham de resolver um puzzle associado à Geografia; na “Função Chapa” tinham de resolver funções matemáticas; na “Olhar a Linha” fazer um desenho de observação; na “Uk Spot” responder questões em língua inglesa; na “Mais Atividade Física, Mais Saúde” cumprir desafios físicos; na “Arco-Íris das Densidades” descobrir a densidade dos fluídos; na “FootGram” saber gramática e marcar um penálti; “Uma Viagem na História” conhecer factos históricos; na “Ciclo das Rochas” perceber as rochas; na “La Francophonie” responder a questões em língua francesa; na “Pensar e Agir Verde” concluir desafios ambientais e na “Y tú qué sabes?” dominar questões em língua espanhola.
Mónica Oliveira, representante da área disciplinar de Geografia e dinamizadora da iniciativa, esclareceu que o grande objetivo de “EPMcaching” foi “promover um projeto interdisciplinar e transdisciplinar da Escola pois embora tenha sido o grupo de Geografia a propor o desafio, todas as áreas disciplinares do sétimo ano integraram a iniciativa, à qual também aderiu o projeto Escola Verde com a sua sensibilidade ambiental”, afirmou, sublinhando que o conceito precursor da atividade foi o de utilização “de coordenadas geográficas e fazer um percurso para validar as competências de localização previstas no currículo do sétimo ano na disciplina de Geografia”.
O percurso de busca do saber começou junto ao anfiteatro ao ar livre a partir do qual se escalaram as 12 estações de circuito. Os resultados do desafio, em cada estação, foram avaliados segundo uma escala de zero a três pontos, de acordo com as respostas fornecidas pelos grupos de alunos. Mónica Oliveira explicou que todos os desafios foram concebidos de modo a suscitarem respostas “fora da caixa” habitual nos ambientes de sala de aula, o que permitiu aos alunos explorarem e descobrirem os caminhos do saber de forma lúdica, ou seja, “aprender a brincar e brincar a aprender”, explicou a docente.
O trabalho nas estações do circuito
As professoras da disciplina de Matemática da EPM-CELP, Isabel Loio e Maria de Luz Fonseca, geriram a estação “Função Chapa”, desafiando os alunos a resolverem questões relacionadas com as funções matemáticas. Em jeito de avaliação da prestação dos estudantes, tendo como base o critério de três perguntas-três respostas, as docentes consideraram que os alunos foram muito participativos e conseguiram demonstrar o seu domínio sobre a matéria, tanto “que achamos termos conseguido incutir neles mais gosto pela disciplina”, afirmaram.
As estações de circuito foram controladas e dinamizadas não apenas pelos professores. A mesa dos fluídos, “Arco-Íris das densidades”, por exemplo, foi comandada por alunos do “12.ºA1”, que exigiram dos seus colegas do sétimo ano atenção e precisão. De acordo com Sofia Gonçalves, representante daquele grupo de estudantes, o exercício consistia em fazer a medição de três fluidos e organizá-los de acordo com a sua densidade e nesta ação a aluna elogiou a relação e o respeito mantido com os grupos concorrentes, desde o princípio até ao fim.
No campo polidesportivo, a estação da disciplina de Português, “Footgram”, associou o futebol e a gramática. No comando das operações, João Paulo Videira e Ana Paula Carvalho, professores de Português, testemunharam a aliança entre o útil e o agradável, tornando a atividade mais lúdica e atraente: “Basicamente, os alunos têm um desafio de gramática para responder. Se errarem perdem logo o jogo, mas se acertarem ganham dois pontos e têm a oportunidade de marcar um penálti para conquistar o terceiro ponto”, explicou João Paulo Videira.
Terminado o circuito “epmcaching” e após o jantar-convívio, os alunos assistiram ao filme "O rapaz que prendeu o vento", que narra a história real de William Kamkwamba. Mónica Oliveira esclareceu que o pretexto da exibição do filme foi o fato de, ultimamente, o debate sobre o ambiente estar na ordem do dia, aliado à circunstância da comemoração do Dia Internacional das Florestas, assinalado a 21 de março.
A noite foi ainda aproveitada para o anúncio do grupo vencedor do circuito do saber, constituído pelos alunos Daniela Chicoco (7.ºA), Sharigah Torania (7.ºB), Iahaia Saide (7.ºC), Maria Faria (7.ºD), Afonso Pourinho (7.ºE) e Lourenço Rosário (7.ºF), que, como prémio, cada um recebeu uma camiseta com a imagem estampada do trabalho da aluna Matilde Silva, selecionado para ficar exposto no Museu Rainha Sofia, em Espanha.
A atividade, que começou às 18 horas de 22 de março, só terminou na manhã seguinte, após pernoita da “comitiva” no campus da EPM-CELP.