Dramatizações, cânticos de vitória, exposição e debate em torno do significado da Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974, em Portugal, exaltaram, na EPM-CELP, valores cívicos fundamentais para a construção do futuro, a partir da redescoberta da história e, sobretudo, da valorização dos direitos humanos fundamentais. Em trabalhos criados pelos alunos do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário, exibidos no último dia 26 de abril no átrio central da nossa Escola, os anseios, as esperanças e as lutas outrora travadas traduziram a preservação do bem maior: a liberdade.
A primeira viagem pela história da ditadura em Portugal foi guiada pelos alunos do 10.º ano através de dramatizações realizadas no Pátio das Laranjeiras sob olhar dos colegas, professores e funcionários. O trabalho, que envolveu mais de uma dezena de atores, relembrou o sistema de ensino guiado pela força da memorização de conteúdos, da intimidação, da humilhação e dos castigos corporais; a desarmonia familiar e a imposição do serviço militar obrigatório; as prisões arbitrárias feitas em lugares públicos pelos membros da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) e a repercussão em Moçambique, onde a censura, principalmente na arte, era usada para controlar as mentes dos críticos e revoltados. A sessão repetiu-se, mais tarde, incorporando outros episódios e contextos históricos.
Por volta das 13 horas, o grupo “Little Singers” ofereceu à plateia, no átrio central da nossa Escola, canções de Abril inspiradas na liberdade, nas “borboletas livres”, tal como se percebia na música, acompanhada no piano pela professora Leandra Reis, que subiu ao palco, às 15 horas, para cantar “Venham mais cinco”, de Zeca Afonso, e “E depois do Adeus”, de Paulo Carvalho, em sintonia com o Coro de Professores e Funcionários da EPM-CELP.
Dramatizando ou cantando, os petizes superaram as expetativas do público, fato revelado pelos aplausos e elogios de professores e alguns pais e encarregados de educação que se juntaram às comemorações. O dia terminou no Auditório Carlos Paredes, com o debate “O que é ser Pessoa - a Liberdade do Ser”, que juntou alunos das turmas do 10.º e 12.º anos, inspirados pelas palavras de ordem: “Paz”, “Abaixo o racismo” e “Liberdade”.
“O som dos direitos”
Na mesma senda, os alunos do nono ano do ensino básico recortaram e colaram figuras e “slogans” de intervenção social e escreveram frases de inspiração, expondo trabalhos, no átrio central da nossa Escola, ilustradores da cumplicidade entre o seu espírito crítico e as referências ideológicas próprias do movimento do 25 de Abril de 1974. A mostra, criada no âmbito das aulas de Geografia, dá a conhecer os direitos humanos fundamentais e inalienáveis, vincando a sua importância cívica e política na sociedade.
Os trabalhos foram baseados, sobretudo, na expressão do pensamento político de líderes e figuras que lutam ou lutaram pela liberdade, como, por exemplo, o músico moçambicano Azagaia e o pastor protestante e ativista político Martin Luther King Jr, nos sugestivos discursos sustentados pela frase “eu tenho um sonho”.