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A edição 2019 do Sarau das Línguas, que ontem aglutinou artistas-alunos, encarregados de educação e professores da nossa Escola no Auditório Carlos Paredes, realçou, mais uma vez, o mote da sua existência há dez anos: um forte pendor de transversalidade educativa que, além de exibir competências linguísticas e artísticas, uniu o belo e o criativo em palco. Mais de 100 alunos organizaram o espetáculo e 78, em duos, trios, quartetos ou em coro, exibiram arte inspirados na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).


Mais do que estimular o respeito e a tolerância interpessoal defendidos na Declaração Universal, os alunos, cada um com sua arte, colocaram os “Direitos Humanos em Ação”, o lema da edição 2019. Abriram o espetáculo a Orquestra, o Coro dos Alunos e o Coro dos Professores e Funcionários da EPM-CELP que, amiúde, provocaram êxtase e evocaram o primeiro artigo da DUDH, que recomenda a igualdade entre os indivíduos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Coesos, cantores e instrumentistas expressaram, através do “Hino da Alegria” escrito por Friedrich Schiller em 1785 e cantado no quarto andamento da nona sinfonia de Beethoven, o espírito de irmandade, liberdade, paz e solidariedade.

Na sequência, subiram ao palco Luana Santos e Mariana Ferreira, do “7.ºA”, para uma missão poética, alusiva ao segundo artigo, contra o racismo e a favor dos Direitos Humanos. Na declamação do poema “L´Homme de Couler”, o duo renovou o entusiasmo e a euforia da plateia até à entrada de Catarina Bragança, Nicole Fernandes e Solange Caravela, do ensino secundário. Este trio partilhou com mestria, sensualidade e vigor uma dança ao ritmo latino “Échame la culpa”, em evocação do terceiro artigo da Declaração Universal.

Atencioso e participante, o público expectava, gritava e acolhia, ininterruptamente, tanto os apresentadores como os artistas com aplausos e assobios de reverência. Esta edição foi para além do criativo. Foi intrínseco, reflexivo, didático e divertido, tal como transpareceu na apresentação teatral “Gruffalo” dos petizes dos quintos “D”, “E” e “F”, cuja participação no Sarau das Línguas resulta de um trabalho desenvolvido no âmbito de um projeto de transversalidade curricular, impulsionado no início deste ano letivo. “Esta história foi apresentada aos alunos na semana da transversalidade com vários objetivos, entre eles articular os conteúdos de diversas disciplinas, explorar a forma como podemos contornar as nossas fragilidades e lutar contra uma situação adversa”, disse a apresentadora Rita Costa, explicando a ligação com o quarto artigo, inspirador da peça em palco.

Para lembrar o quinto artigo, subiu ao palco Ayanda Saranga, do “6.ºA”, que surpreendeu, inspirou e motivou a plateia, rendida à sua voz e história. Ela canta quando está nervosa, triste e quando está feliz, ou seja, cantar faz parte da sua rotina diária e, em palco, brilhou com a música “Trem Bala”.

Seguiu-se “Os Direitos das Crianças”, uma apresentação artística em torno do drama dos meninos de rua. O artigo sexto ficou justificado na dramatização dos alunos da Escola Primária Completa 4 de Outubro que, agrupando dança, teatro e poesia no mesmo número, problematizaram questões de intolerância e preconceito social contra os abandonados. A “4 de Outubro” foi uma das primeiras parcerias da EPM-CELP no projeto “Mabuko Ya Hina” e destacou-se por ter sido uma das escolas vencedoras do “Festival Escolas com Livros”.

web sarau.linguas2 2019Margarida Palmerim, do “6.ºA”, demonstrou que cantar é uma forma de expressar sentimentos. Ao interpretar “Á Máquina Parou”, a pequena e talentosa aluna regozijou, pela simplicidade, a plateia, fazendo lembrar o artigo sétimo da DUDH: “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei”.

Presença em palco, inocência, expressividade e talento foram as qualidades artísticas oferecidas pela Yunnie Zita que cantou “Je Vole”, de Louane Emera. Antes, em duo, Bárbara Dias e Leonor Silva – uma no clarinete e outra no piano – encantaram os espetadores com “Human”, mostrando o poder da amizade e da cumplicidade. Ainda no registo musical, o “Ahí Estaré”, interpretado pela Stephanie Tercitano, o “Beautiful”, nas vozes de Ashley Jimenez e Bruna Brito, o “L´Impossible”, por Sue Fonseca, e o “What´s Up?”, por Eneia Salvador, conquistaram o público que, a cada exibição, repetia êxtases emocionados. E a cada número correspondeu a evocação de um artigo da DUDH.

Na dança e no teatro, o entusiasmo da plateia revigorou com “Il Faut Sauver La Planéte”, que se figurou crítico ao uso do plástico, e com “O consultório” e “La Edad del Amor”, valorizadores da paixão, amor e liberdade, defendidos nos artigos 16, 17 e 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Porque valorizar e ser valorizado é também um direito, a edição 2019 prestou singela homenagem à diretora da EPM-CELP, Dina Trigo de Mira, que vai deixar o cargo no final deste ano letivo, pelo trabalho realizado nos 10 anos na liderança da nossa Escola, e à coordenadora do Departamento de Línguas, Ana Paula Carvalho, pelos sete anos de dedicação ao Sarau das Línguas, em particular os últimos seis da sua responsabilidade direta.

O projeto Sarau das Línguas nasceu há 10 anos por impulso do Departamento de Línguas no sentido de apresentar, anualmente, uma mostra representativa dos resultados das aprendizagens das diferentes línguas – português, inglês, francês e espanhol -, permitindo a combinação dos saberes linguístico e literário com as diversas linguagens e expressões artísticas.

A organização da edição 2019 foi coordenada pelos professores do Departamento de Línguas, mas assumida por alunos do quinto ao 12.º anos de escolaridade. Tal como no ano passado, a interpretação das músicas, apresentações, poesia, dança e exibições foram da autoria dos próprios estudantes.
 
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