web dia.filosofia 21nov19
Alunos, encarregados de educação e professores de Filosofia da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) aproveitaram o Dia Mundial da Filosofia, assinalado hoje, para ouvir o académico moçambicano Severino Ngoenha falar sobre “O papel do filósofo na atualidade" e, ainda, discutirem o tema “Eu e o outro" a partir da visualização do filme “Abraçada”. Ambas as sessões foram dinamizadas pelo grupo disciplinar de Filosofia/Psicologia da nossa Escola e decorreram separadamente no Auditório Carlos Paredes.

Na primeira sessão do programa de comemoração, realizada na manhã de hoje, o filósofo Severino Ngoenha ajudou os alunos a descortinar os valores da filosofia, dos quais destacou o amor, a verdade e a justiça social. Para o reitor da Universidade Técnica de Moçambique, o filósofo tem de se situar no tempo e no espaço históricos para que consiga transmitir aqueles valores, cada vez mais indispensáveis para a humanidade, segundo o próprio. Para Manuela Morais, representante da área disciplinar de Filosofia/Psicologia da nossa Escola, os princípios filosóficos e de vida transmitidos por Severino Ngoenha visam nortear os alunos sobre a necessidade de cultivar o respeito para que tenhamos mais justiça na sociedade. “O amor-amizade é a grande lição para a humanidade”, enfatizou a docente.

À tarde, nas sessões de debate, alunos do primeiro ciclo do ensino básico ao secundário reuniram-se no Auditório Carlos Paredes com professores de diversas disciplinas e pais e encarregados de educação para, juntos, descortinarem sentidos no tema “Eu e o outro" a partir da visualização do filme de animação “Abraçada”. A discussão foi alicerçada no enredo da obra fílmica, no qual um cato é obrigado, pelas circunstâncias da vida, a cortar os seus picos para poder abraçar o seu filho.

Na sequência da exibição da curta-metragem, a plateia problematizou o tema com recurso às analogias entre o cato e a vida humana. Roda Nhangave, aluna do 12.º ano, por exemplo, revelou ter-se identificado mais com o cato velho, por este ter conseguido, dada às exigências sociais, livrar-se dos obstáculos que o separavam do seu filho. “O que me fascina é o fato de o cato mais velho ter abdicado dos picos de que mais gostava para abraçar o mais novo”, disse a aluna, para quem o gesto é significativo na vida dos pais e encarregados de educação que muito fazem para a felicidade dos seus dependentes.

No debate, o repto das interpretações e analogias foi igualmente assumido pelos pais e encarregados de educação. Uma mãe, que não se identificou, afirmou que a essência do amor é o indivíduo despir-se do todo o ego para viabilizar a satisfação de quem amamos. Ou seja, “nós temos que abdicar de coisas de que mais gostamos para satisfazer as necessidades dos nossos filhos por toda a vida. E é mesmo tudo: o orgulho, a preguiça, o rancor e tudo o que não nos deixa próximos deles”, declarou aquela encarregada de educação.

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