Casa nobre, causa nobre

A turma C do 11.º ano da EPM-CELP fez uma visita de estudo. Na verdade, não sei se deva chamar visita de estudo, porque, de facto, não fomos estudar nada, mas, sim, conhecer as maravilhosas crianças da Casa do Gaiato, uma instituição de solidariedade social que alberga dezenas de crianças, ensinando-as e preparando-as para a vida.

Começámos por visitar as instalações, orientados por um dos rapazes, o Félis. Tinha uma voz muito carinhosa e humilde… Permaneceu connosco grande parte do tempo, acho que gostou da nossa companhia. Em conjunto, visitámos as diferentes partes da Casa do Gaiato e fomos às salas de aula, dando-nos a conhecer a todos os meninos presentes. Ao tentar encontrar uma palavra para caracterizar todas aquelas expressões curiosas e rostos inocentes só me ocorre uma: MAGIA!

De seguida, enquanto alguns meninos regressavam a casa e outros, os internos, se dirigiam ao refeitório, foi-nos cedida uma sala para que pudéssemos almoçar e, de certo modo, partilhar a nossa comida com a instituição, pois deixámos um lanche para as crianças. Assim o fizemos e, já mais confortados, tivemos o enorme prazer de conhecer o responsável por esta Obra, o Padre José Maria. Com ele conversámos e a ele entregámos os nossos donativos, roupas e material escolar, como forma de agradecimento, por nos ter recebido de braços abertos.

Como etapa final, a turma dividiu-se em três grupos: fomos realizar um plano de actividades com os nossos novos e queridos amigos. Uns leram uma história infantil, outros orientaram um jogo lúdico e os restantes organizaram um jogo de futebol. Esta foi a parte mais divertida, porque tivemos a oportunidade de interagir com as crianças: conversámos, conhecemos, rimos, pensámos, sentimos. Tantas emoções num curto espaço de tempo, foi uma longa viagem por vários corações, através dos olhares reconfortantes!

A ida à Casa do Gaiato foi uma experiência muito gratificante, inovadora e grandiosa. Pelo menos durante um pouco, fez-nos sair da nossa realidade e entrar na de outras pessoas, que apesar de serem iguais a nós, têm uma vida completamente diferente… Muitas vezes valorizamos o superficial e o desnecessário e desvalorizamos o que realmente é importante para nós. Ao fazermos isso, estamos a desperdiçar a nossa felicidade, a ignorar os nossos sentimentos e a deitar fora uma embalagem rica em emoções que nos dão grandes e inesquecíveis lições de vida. Este passeio mostrou-nos outro ponto de vista sobre o mundo à nossa volta, um novo olhar, que nos transformou em pessoas mais humanas. Tudo na vida nos molda e esta experiência vai ficar para sempre na memória de muitos, como uma experiência calorosa, que nos fez valorizar o que realmente é importante e ignorar o banal.

A maior prova da reflexão que nos provocou esta viagem foi o facto de a viagem de regresso a Maputo ter sido completamente diferente da viagem de ida para a Casa do Gaiato. Para lá todos cantavam, riam e conversavam; na volta, o ambiente foi mais pesado: silêncio inquietante, todos calados, de olhos fechados, não só pelo cansaço, mas também pelo conjunto de pensamentos e conclusões que passeavam nas nossas mentes.

Foram muitas as lições que tirámos deste dia, muitas!

Por fim, aconselho todos a verem as fotografias do nosso dia, pois, como se costuma dizer, uma imagem vale mais do que mil palavras.

Iara Silva(11.º C)

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