Dezoito professores de seis escolas técnico-profissionais de Moçambique beneficiaram, entre 1 e 3 de outubro, de formações experimentais nas áreas da Biologia, Física e Química ministradas por docentes da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP). A iniciativa, do Centro de Formação da EPM-CELP em parceria com a Fundação Portugal-África, surgiu na sequência da oferta de bancadas móveis de laboratório aos institutos de Mumemo, Inharrime, Mabote, Chimoio, Songo e Ilha de Moçambique e visou, entre outros objetivos, capacitar os seus quadros no manuseio de instrumentos e materiais, bem como estimular a criatividade na utilização de meios locais em aulas experimentais.
De acordo com Ana Besteiro, formadora do módulo de Biologia, desenvolveu-se, durante as 21 horas de formação divididas em três dias, ferramentas que possibilitaram aos formandos adquirirem novos conhecimentos sobre as aulas experimentais, primeiro pelo contato e familiarização com as bancadas móveis e, segundo, sobre o uso do material local para o laboratório. “O ensino experimental das ciências não passa só pelas experiências no laboratório, mas por um conjunto de atividades que se pode desenvolver, como o trabalho de campo e as visitas de estudo, que são metodologias que envolvem o aluno em aprendizagens significativas e não apenas na aquisição de conhecimento substantivo. É preciso que os alunos saibam fazer”, afiançou Ana Besteiro, que também é coordenadora pedagógica do ensino secundário na EPM-CELP.
Fequeza Camacho, professor de Química na Escola Profissional do Songo, na província de Tete, manifestou a sua gratidão pela oportunidade e pelo significativo empenho na melhoria da qualidade do ensino no país, afirmando que “é uma formação que traz mais-valia em dois sentidos: primeiro porque aprendemos várias coisas, não só teóricas, mas práticas e, segundo, porque vamos levar daqui uma mala, um ‘kit’ com todo o material básico para os laboratórios”. Embora reconheça as dificuldades que afetam o ensino técnico-profissional, para Fequeza Camacho o insucesso deve ser partilhado porque “nunca nos tinham dito que é possível usar material, como caniço, roupa que já não é usada, água local ou barro, como reagente. Mas agora, acredito, faremos diferente”, declarou o professor do Songo.
Após a entrega dos certificados, no átrio central da nossa Escola, o representante dos formandos e professor de Química no Instituto Agrário de Marera, em Chimoio, Fuleque José dos Santos, disse estar grato “por terem permitido que a EPM-CELP fosse, durante três dias, casa de uma só cultura”, acrescentando que a formação “foi mais do que um mero encontro de realidades, foi um despertar de consciências e uma incitação à valorização do que temos para tornar o aprendizado uma realidade”.
A diretora da EPM-CELP, Dina Trigo de Mira, fez a entrega dos certificados de participação aos formandos na companhia de representantes da Fundação Portugal-África.