O “stand” principal do Jardim Tunduro, onde decorre a Feira do Livro de Maputo, foi, ontem, literalmente pequeno para acolher alunos da EPM-CELP, da Escola Primária Completa 12 de Outubro e público em geral para testemunharem o lançamento da segunda edição do livro “História de um Chapéu e outros contos”, da escritora portuguesa Sílvia Alves. Imediatamente antes finalizara uma mesa-redonda sobre literatura em língua portuguesa na qual o escritor António Cabrita enalteceu o papel da EPM-CELP na promoção do livro e da leitura.
O primeiro momento da sessão de lançamento do livro ficou marcado pela dramatização do texto “O presente”, incluída naquela obra, pelos alunos da EPC 12 de Outubro que mostraram, desde logo, mestria e sagacidade em palco. Aplausos e sorrisos de cumplicidade foram as reações do público que, atentamente, mergulhou na narrativa. Seguiu-se o solene momento da apresentação do livro publicado pela EPM-CELP, cabendo à sua diretora, Dina Trigo de Mira, elogiar a presença da pequenada e encorajar a autora, Sílvia Alves, a continuar a transformar sonhos e vivências em narrativas que despertam o respeito mútuo e a vontade individual de crescer.
Sílvia Alves agradeceu à EPM-CELP a oportunidade concedida para partilhar as suas histórias e tornar realidade uma das suas aventuras. As suas narrativas, como contou a própria escritora, são “grãos de areia que numa ostra formam uma bela pérola”. No final, em ambiente intimista, os presentes interagiram com Sílvia Alves, manifestando interesse em conhecer as suas ideias e preferências, o que abriu um espaço emocional de inspiração para a escritora e para as próprias crianças.
Mesa redonda enaltece papel editorial da EPM-CELP
Acompanhado no painel pelos escritores moçambicano Mbate Pedro e portuguesa Sílvia Alves, António Cabrita analisou o tema em debate sob vários prismas, sublinhando a falta de vontade política e a necessidade de criação de um sistema literário influente. “O Plano Nacional de Leitura está a ser um mecanismo de valorização da literatura em língua portuguesa. Ter cinco obras de escritores jovens recomendadas para leitura de crianças e jovens nas escolas e na formação de adultos em Portugal revitaliza o objetivo da EPM-CELP de interação cultural”, afirmou Cabrita.
Sílvia Alves partilhou o pensamento do colega de painel, realçando que foi graças ao convite da EPM-CELP e do Camões – Centro Cultural Português em Maputo, que encontra mais razões para continuar a investir na escrita.