A igualdade de género foi tema debatido entre a professora dos ensinos básico e secundário e investigadora da Universidade do Porto (Portugal), Ana Paula Canotilho, e alunos dos nono e 11.º anos de escolaridade da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), no Auditório Carlos Paredes, no passado dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

A falta de paridade em cargos políticos, a violência instituída pela cultura patriarcal, o papel dominante dos homens face às mulheres, a violência no namoro e a discriminação no trabalho foram alguns dos aspetos discutidos na iniciativa realizada no âmbito do programa de Educação para a Cidadania. “Muito pouco tem sido feito para minimizar a desigualdade”, destacou Ana Paula Canotilho, que acrescentou ser necessário proceder “à alteração de currículos e à forma de trabalho pedagógico”.

Para Ana Paula Canotilho “as mulheres agem consoante aquilo que a sociedade quer e os valores ensinados” pois, explicou, “aprendemos a ser mulheres e homens de acordo com a sociedade”. Para mudar o estado e coisas Ana Paula Canotilho elege a educação como recurso para romper com os padrões vigentes.

Ana Paula Canotilho é dirigente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), professora do ensino básico de Educação Visual e Tecnológica no agrupamento de Escolas do Cerco do Porto, mentora do projeto Programa Integrado de Educação e Formação no mesmo agrupamento e, no presente ano letivo, coordenadora de projetos de cidadania e igualdade de género. Academicamente, obteve o bacharelato do curso de Desenho na Escola Superior Artística do Porto, em 1994, tendo concluído a licenciatura em Design Industrial, na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, em 1997. É doutorada em Ciências da Educação, com especialização em educação, género e cidadanias, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.