Pais e encarregados de educação, professores e a Direção da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) reuniram-se, no passado dia 17, no Auditório Carlos Paredes, para analisar e debater questões associadas ao Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, em encontro promovido pela Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) da nossa Escola.
O debate, que se estendeu por cerca de duas horas, abordou as principais dimensões e implicações da autonomia e flexibilidade curricular na organização da vida escolar dos alunos e nos processos de avaliação das suas aprendizagens.“Como serão avaliados e acompanhados os alunos com diferentes ritmos de aprendizagem numa mesma turma?” foi, por exemplo, uma questão colocada por um encarregado de educação. A docente Teresa Jerónimo procurou responder, destacando a importância do trabalho colaborativo entre os professores e valorizando o trabalho de pares entre alunos mais competentes e com mais dificuldades num ou noutro momento ou num diferente domínio de aprendizagem.
Mónica Oliveira, professora de Geografia e dinamizadora do encontro, apresentou uma retrospetiva sumária das etapas históricas dos modelos de educação, desde a era industrial e analógica até aos nossos dias, estes marcados pela globalização da informação e comunicação e respetivas tecnologias. Destacou, também, o papel da criação e da descoberta na construção do conhecimento. Assim, segundo explicou, o Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular exprime a evolução natural do sistema educativo em Portugal, dotando as escolas de maior autonomia para as tornar mais eficazes nas respostas educativas aos alunos que as frequentam e preparando-os, assim, para os desafios do amanhã”, afirmou. Para a docente, este modelo de autonomia e flexibilidade curricular confere maior agilidade ao diálogo entre as diferentes disciplinas, o que estimula a consolidação de aprendizagens significativas. “A prática da autonomia e flexibilidade curricular na EPM-CELP é uma mais-valia porque internamente temos todas as condições, particularmente com a nossa oferta educativa nas áreas das artes, da música e do desporto”, concluiu Mónica Oliveira.
Para Maria Pinto, encarregada de educação e membro da APEE, este é o primeiro passo para uma verdadeira mudança na escola, que acredita venha a ocorrer no futuro: “Nada acontece de um dia para o outro. Acho bom termos este projeto a funcionar na nossa escola porque é ele que nos vai levar à mudança”, sustentou.
A diretora da EPM-CELP, Dina Trigo de Mira, também interveio no encontro, reforçando a necessidade da diversificação de estratégias pedagógicas que ofereçam aos alunos espaços e tempos diferentes para aprenderem e mobilizarem conhecimentos e saberes das diversas disciplinas, apetrechando-os, deste modo, para os desafios das sociedades contemporâneas. “O que é pedido aos alunos é a mobilização de saberes e competências para a tomada de decisões e o exercício de uma cidadania ativa e crítica nos mais diferentes domínios da vida”, sintetizou Dina Trigo de Mira.