web justica.ambiental 19nov19
“Crise planetária e mudanças climáticas” foi o tema escolhido por Samuel Mondlane, da organização “Justiça Ambiental”, para a palestra que dirigiu ontem no Auditório Carlos Paredes da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) aos alunos do ensino secundário da nossa Escola. O ativista falou sobre as novas incidências ambientais, no mundo e particularmente em Moçambique, motivando os estudantes a desenvolverem um pensamento crítico sobre o consumismo e suas consequências nefastas no meio ambiente.


Durante a apresentação, Samuel Mondlane referiu que “vivemos atualmente uma crise climática, de que Moçambique é a maior vítima no sentido da sua vulnerabilidade, sobretudo pela sua localização geográfica”, disse, acrescentando que “o pior é pagar por ações que desconhecemos. Pagamos o preço do egoísmo e da procura desenfreada do poder praticado pelo ocidente”.

A crise climática, segundo explicou o ativista ambiental, relaciona-se com a intensidade e frequência de eventos climáticos externos, como as cheias, secas, tempestades e subida do nível das águas do amar, entre outros desastres cujos resultados mostram-se cada vez mais catastróficos. À guisa de exemplo, o palestrante sustentou a explicação com a eclosão dos ciclones tropicais Idai e Kenneth, que fustigaram as províncias de Sofala e de Cabo Delgado, respetivamente.

O maior problema ambiental, segundo Samuel Mondlane, é a libertação de gases que provocam efeito estufa, à qual está associada a produção da eletricidade, responsável por 21 por cento da degradação da camada de ozono, seguida do setor industrial (17 por cento), transportes (14), agricultura (13), produção e distribuição de combustíveis fosseis (11), desmatamento (10), uso residencial, comercial e serviços (10) e tratamento e disposição de resíduos (4).

No decorrer do debate, algumas vozes da plateia criticaram os sinais de consumismo visíveis sobretudo nas praias de Maputo em tempos de verão e outras aconselharam a diminuição do consumo de carnes e do uso de carros particulares de modo a responder aos desafios da luta contra a crise climática no mundo.

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