Entre os desafios colocados à biotecnologia, o cancro do colo do útero é o que que mais curiosidade e interesse suscita nos alunos. Não só porque a doença afeta toda a sociedade, idades e sexos, mas também porque a informação é a melhor prevenção. Neste vasto contexto, a palestra abordou a realidade internacional da doença, salientando e integrando a situação particular de Moçambique. Foram oradoras médicas e enfermeiras que atuam nesta área específica dos cuidados de saúde, bem como membros da Associação da Luta Contra o Cancro (ALCC) de Moçambique. Num debate franco e aberto, as especialistas explicaram, exaustivamente, aos nossos alunos os tipos de vírus existentes, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce para diminuir a incidência desta doença.

Sabendo que o vírus do papiloma humano surge, numa primeira fase, como doença venérea nos órgãos genitais masculinos, de forma persistente e silenciosa, ele transmite-se pelo contacto sexual desprotegido. Alojado nas células do colo do útero, o vírus irá multiplicar-se e espalhar-se sem fornecer sinais de alerta (doença assintomática), podendo este período abranger 20 anos. Tendo em conta que o vírus afeta indivíduos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os nove e os 40 anos, uma consulta médica para a despistagem é essencial. O famoso teste do Papanicolau pode detetar a atuação deste vírus num estádio de baixo risco, evitando, assim, atempadamente, o alastramento da doença a outros órgãos e sistemas.

Muitas e variadas dúvidas dos nossos alunos foram esclarecidas pelas oradoras presentes, nomeadamente por Patrícia Silva, médica escolar na EPM-CELP e membro da ALLC, organização promotora de inúmeras campanhas de prevenção e informação sobre os cancros.

A palestra encerrou com o desafio lançado pelos membros da ALCC aos nossos alunos para integrarem o corpo de voluntários daquela associação, que realiza visitas aos doentes e organiza campanhas de recolha de bens materiais, como alimentos ou peças de vestuário, para além de prestar apoio psicológico que é, também, uma forma de combater a doença. Quem aceita o desafio?

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