A EPM-CELP forneceu mais um importante contributo para a preservação do imaginário histórico de Moçambique e para a promoção de hábitos de leitura. Ontem (3 de novembro), juntamente com a Fundação Contos para o Mundo, de Barcelona (Espanha), lançou mais dois livros da Coleção Contos e Histórias de Moçambique, que serão distribuídos gratuitamente pelas escolas públicas moçambicanas e centros infantis de parcos recursos. A cerimónia de lançamento de “Leona, a Filha do Silêncio” e “Wazi”, realizada no Centro Cultural Brasil-Moçambique, foi um sucesso, despertando o interesse de largas dezenas de pessoas, ligadas aos mais variados setores sociais, bem como de órgãos de comunicação social.
A Mia Couto e Malangatana, autores da obra “Pátio das Sombras” que inaugurou, em Março de 2010, a Coleção Contos e Histórias de Moçambique, juntam-se agora ao projeto o escritor Rogério Manjate e o ilustrador Celestino Mudaulane, autores de “Wazi”, bem como Marcelo Panguana e Luís Cardoso, que, respetivamente, escreveu e ilustrou o livro “Leona, a Filha do Silêncio”. Todos estes artistas estiveram ontem presentes no evento literário, menos, naturalmente, Malangatana, desaparecido em Janeiro último.
Momentos particularmente interessantes da cerimónia ocorreram quando os narradores Williamo Muchanga e Tânia Silva contaram ao vivo as histórias de “Wazi” e de “Leona, a Filha do Silêncio”, respetivamente, em homenagem à tradição oral dos contos moçambicanos, na qual se inspira a Coleção Contos e Histórias de Moçambique, fazendo lembrar a mensagem de Nelson Mandela. “É desejo meu que a voz do narrador de contos nunca morra em África, que as crianças nunca percam a capacidade de ampliar os seus horizontes do mundo com a magia dos relatos”.
O projeto, que surge da colaboração entre a Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa e a Fundação Contos para o Mundo, atua diretamente no ambiente oral das populações, onde recolhe contos, histórias e mitos, entregando-os, depois, a escritores e pintores locais para um trabalho de recriação artística de modo a cativar e seduzir as crianças. Revela-se, assim, a riqueza do imaginário popular moçambicano sob a forma de contos, levados às escolas onde estão as crianças.
Calane da Silva, diretor do Centro Cultural Brasil-Moçambique, foi o mestre da cerimónia ontem realizada, na qual também participaram, para além dos escritores e ilustradores, a diretora da EPM-CELP, Dina Trigo de Mira, o presidente da Fundação Contos para o Mundo, Lluis Coll, o representante da Agência Catalã para a Cooperação e Desenvolvimento, Rui Reis, o vereador da Educação, Cultura e Desporto do Conselho Municipal de Maputo, Simão Mucavele, e a representante da Embaixada de Portugal em Moçambique, Patrícia Gaspar.