Neste texto pretendo expressar a minha opinião a favor da luta contra a violência e maus tratos na mulher. Após a leitura do livro "A Confissão da Leoa", onde Mia Couto analisa a situação da mulher numa aldeia pobre de um país em desenvolvimento e explora os preconceitos e mitos, mostra-se aos leitores que a luta pelos direitos da mulher deve persistir.
Este livro mostra que as mulheres da aldeia Kulumani, no norte de Moçambique, são maltratadas e olhadas como um objeto e não como uma força que tenha opinião e sonhos. No livro, Hanifa Assulua, mãe e esposa, era utilizada pelo marido para limpar, cozinhar e cuidar dos filhos, ou seja, prestar serviços ao marido. Posso dizer que esta mulher, pelo facto de viver numa aldeia pobre, pensava que era assim que devia ser, acreditando nos mitos. Por exemplo, achava que pelo facto de praticar relações sexuais com o marido, enquanto estava de luto, iria "sujar" a aldeia, o que, do meu ponto de vista, é um mito que as pessoas não deviam acreditar, mas apenas ter respeito pelo falecido. Hanifa Assulua também foi tratada como "empregada" da aldeia, enquanto os caçadores estavam na aldeia.
Podemos ainda observar a situação das mulheres na passagem do livro que refere o facto do marido de Hanifa Assulua ter violado sexualmente as suas duas filhas, Silência e Mariamar, o que mostrou que as mulheres da aldeia estavam educadas para aceitarem e permanecerem caladas, provando que não podiam "querer" nem "preferir".
No final do livro, Hanifa compara-se a uma leoa, mostrando que as mulheres são uma força a ser temida. Portanto, eu penso que Mia Couto é uma pessoa a admirar, pois apesar de ser do sexo oposto utiliza a literatura para defender os direitos das mulheres e mostra que há ainda lugares no mundo para os quais devemos olhar e melhorar a situação.
Yara Sidat (10.º A2)