- Até amanhã, mãe.
- Dorme bem, João.
Fui-me deitar, até porque estava muito cansado.
Algumas horas depois, já com o meu sono em dia, acordei, não no meu quarto, mas sim num banco corrido do que aparentava ser a parte traseira de um veículo aeronáutico, algo nunca visto, de tão avançado.
-Bom dia, alegria!
Quando olhei para cima, deparei-me com um casal de "quarentões" que aparentemente tinham importância na "nave", pois não estávamos sozinhos e o resto do pessoal parecia ter por eles um profundo respeito.
-Bom dia. Podem-me dizer onde estou?
-Vem connosco.
Ele pousou a sua mão no meu ombro e só aí reparei nas suas feições gravadas pelas areias do tempo. Tinha cabelo preto e curto, e olhos azuis brilhantes, que contrastavam com a pele pálida. Apontou para a saída, que dava para um deserto descomunal com três sóis e areias azuis de mar. Lá no fundo via-se uma porta, que bem podia ser uma miragem, mas não era.
-Encontrarás as tuas respostas do lado de lá.
Quando entrei, ainda hesitante, o universo foi invadido por uma onda de escuridão seguida por uma vaga de luz.
-João, levanta esse rabo da cama e anda tomar o pequeno-almoço!
João Góis (8.º E)