Que não são sombra de nada
Jamais pensem que acalento
Por maior que pass' intento
Vingança de fúria alada
A esses somente o despeito
A morte eterna, enterrada
Que lhes sempre dá dito por feito
Pisando na tumba lacrada
Não sou desses, sim perdoo
No esquecer muda a conversa
Que se nenhum santo condoo
Recordo bem todo o dolo
Memória se me não dispersa
Nem Tolo, nem Parvo ou esquecido
Bem recordo qualquer ação
E a vós, de soberba despido
Não vos desculpo a traição
Tomai para vós o que é vosso
Deixai em paz o que é não
Urge mudar, e mudança surge
larguem-me, a mim, da mão
Agor' olhai bem e em volta
E o braço na consciência
Ponham, pesando a revolta
Preocupem-se, com a essência
Virai-vos para os que em vós creem
Comigo não se desperdicem
Ocupai-vos com os aos que anteveem
E Brilhantes futuros predizem
Não ao mais iníquo julgamento!
Não à gross' irrisória mentira!
Montai-vos, ide em vosso jumento
Batalhai para cairdes na pira!
Mas deixai-me, louco do momento
Que vos escapo à jornada fatal
Não sendo embora esse o intento
Por respeito, sem riso final
Aos que o sabem ser
Miguel Padrão (12.º A1)