web alfineteCaí na copa do chapéu de um homem que passava e demorei algum tempo até perceber o que estava a acontecer. Estávamos numa estreita e comprida rua, cheia de pequenas bancas e lojas onde existia uma concentração de pessoas que compravam legumes e fruta. Uma espécie de mercado. Já lá tinha estado muitas vezes com a Felicidade.

- Vou apanhar-te! - Gritava um homem atrás de nós.
Era um homem baixo e gordo, tinha um avental, de todas as cores do arco-íris, à volta da cintura e uma expressão zangada estampada no rosto. Era exatamente o oposto do homem que me levava: alto, magro, vestido de preto e de chapéu aperaltado na cabeça. Fazia lembrar a personagem Zorro do livro que a Clarinha e as irmãs estavam sempre a ler.
- Ladrão, ladrão! Acudam! - Continuava o homem - Será que ninguém me ajuda?

Alguns rapazes que passavam por ali juntaram-se à perseguição. Agora eu já tinha percebido em que situação me tinha metido, estava em plena cena de crime! Ai! São tantas emoções para um pequeno, pobre e modesto alfinete!

A certa altura, o meu atribulado transporte perde a elegância, tropeçando, e eu caí do seu chapéu!

Triste e deprimido, dias mais tarde, sinto que sou esmagado e oiço:
- Ai, que me piquei!
Era o pezinho da Felicidade! E, assim, voltei a ser feliz, quando ela por mim deu, me endireitou e pregou ao mais belo lenço que alguma vez vi, o seu lenço de chita. Não quero morar noutro lugar!
Bruna Chaves (9.º E)web bruna.chaves

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