
Ao analisarmos o quadro original podemos reconhecer o exagero da realidade de forma a destacar determinadas emoções ou ideias, característica comum do expressionismo. No caso da obra, Edvard Munch retrata os seus problemas pessoais e sensação de ansiedade de uma forma mais honesta e ‘’feia’’, focando-se mais no que o quadro em si representa e não na técnica e estética.

Ao desenhar o meu auto-retrato na pintura decidi acrescentar um aspeto mais cómico e ligeiramente mais crítico para com a situação atual que estamos todos a viver.
Adicionei o conceito de distanciamento social, removendo uma pessoa no fundo da ponte e acrescentando máscaras a todos os seres presentes, incluindo eu própria.
A parte cómica é o facto de o grito, sendo uma das características da ansiedade no quadro original, estar completamente abafado pela máscara e ignorado pela minha figura, eliminando então o efeito da ansiedade (que não sinto durante a quarentena). Outro detalhe interessante é, embora o auto-retrato não seja completamente idêntico à minha pessoa, este ainda transporta parte da minha personalidade: uma rapariga distraída e ‘’agarrada à tecnologia’’.
Confesso que fiz estas alterações ao resto da obra apenas por necessidade de criatividade e por puro entretenimento pessoal, e acabei por ficar bastante contente com o resultado final.
Excluindo os esboços, os materiais utilizados foram: papel A3, acrílico e canetas de ponta fina pretas.
