MISSÃO: Aumentar a produção de alimentos para saciar a população mundial.
A comunidade científica enfrenta dos maiores desafios de sempre, tentando auxiliar o setor agrícola, proporcionando formas inovadoras de aumento da produtividade, da qualidade e valor nutritivo, melhoria dos solos e controlo das pragas e doenças inerentes ao próprio desenvolvimento.
As pragas, mais especificamente, são um grande obstáculo para a agricultura, especialmente nos países em desenvolvimento, que enfrentam a fome e a falta de poder económico como condicionantes de todas as suas atividades. Neste conjunto de países insere-se Moçambique, que apresenta o maior potencial de desenvolvimento, com extensas áreas para cultivo, suportadas por redes hidrográficas extensas e passíveis de serem geridas de forma sustentável para a agricultura.
Ora, num país onde 90 por cento da agricultura é desenvolvida a nível familiar, com condições insuficientes, o efeito das pragas é, certamente, mais devastador. Foi por esta razão que a Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane se encarregou de estudar e desenvolver estudos para melhorar a agricultura local.
Uma vez que recurso aos pesticidas é cada vez mais evitado, devido à toxicidade para o ser humano, à diminuição da sua eficácia com o passar do tempo, à poluição do ar e dos solos, à dificuldade de manuseamento e ao seu elevado custo, buscam-se soluções mais ecológicas, menos dispendiosas e mais acessíveis para poder facultar uma solução aplicável em Moçambique e adaptada à sua realidade.
Para perceber o que está a ser feito em Moçambique em relação a este problema, a turma A1 do 12.º ano da EPM-CELP participou num estudo de controlo biológico de pragas, uma prática mais ecológica e sustentável, sem efeitos secundários de toxicidade, baseada no estudo das relações tróficas, cuja simplicidade implica também menores custos.
Para a traça da planta da couve (Brassica olerácea), uma das mais importantes pragas em Moçambique, o biocontrolo consiste em eliminar a praga Plutella xylostella introduzindo o parasita Cotesia plutellae, que deposita os seus ovos na fase larvar da traça, impedindo a eclosão da traça da couve.
Sendo não só uma forma de envolver os alunos em práticas semelhantes às suas profissões de escolha, este é também um excelente exemplo de como a investigação universitária está ao dispor da comunidade, melhorando, substancialmente, a sua produção e, consequentemente, a sua qualidade de vida, e comprovando que o desenvolvimento científico nacional não está estagnado.
Alunos do 12.º A1