Declaro guerra à guerra
Maldosa vontade de matar
Destruir, ferir, pilhar
Abrir feridas, esventrar a terra
Declaro saudade e tristeza
Tristeza de nunca ser
De quase, mas nunca chegar
De no sangue mágoa correr
Declaro melancolia e temor
Temor de partir sem chegar
Dor de a meio cair
Saudades daquele meu lugar
Em que nunca cheguei a sorrir
Ao qual não irei retornar

Declaro, porém, esperança
De um dia poder chegar
De debaixo da canga sair
De ninguém me subjugar

É que o medo pode pesar
O medo de cair sem tentar
O medo de nada atingir
O medo de não alcançar

Assim só me resta esperar
O fim da mágoa, do terror
A alegria e a bondade a vingar
E declarar, sem temor
Ser possível sonhar

Miguel Padrão (10.º A1 - 2012/2013)Miguel-Padrao

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