
Quando alguém viaja pela primeira vez para um destino, este será sempre um marco na sua vida, será um lugar onde quererá voltar. Talvez tenha sido isso que tenha acontecido a Sophia, talvez a sua primeira viagem tenha sido à Grécia e daí o desejo de lá voltar. Se Sophia se sentiu livre e com asas, como disse na carta que escreveu a Jorge Sena, quer dizer que aquele país a fez sentir com uma liberdade ("livre como um pássaro") que nunca antes sentira.
Pode dizer-se que ao viajarmos fazemos a descoberta do Outro. Mas que Outro? Será que só descobrimos um novo mundo, novas culturas? É claro que não, descobrimos também um pouco de nós mesmos. Por exemplo, eu, apesar de ainda ter uma vida curta, já viajei para muitos destinos, tais como Madrid, Sevilha, Barcelona, Paris, Londres e Maputo. Mas, de todas estas cidades, só três foram um verdadeiro marco na minha vida. O primeiro foi Sevilha, pois foi quando viajei com os meus amigos, "sem pais", e posso dizer que me senti livre. Não no sentido de sair à noite, mas antes uma especial liberdade do espírito e da mente. O segundo foi quando fui a Londres ter com uma pessoa bastante minha amiga, aí não me senti tão livre como me tinha sentido em Sevilha, talvez por o país ter muitas pessoas ou mesmo por causa do meu estado de espírito. O terceiro foi Maputo, onde cheguei de braços abertos para uma nova vida, uma nova cultura, novos amigos, novas pessoas, isto tudo porque iria ficar aqui a morar. Infelizmente esta viagem é marcada por um regresso a Portugal. Já não vou ficar. Gostei, Moçambique é um país magnífico, onde vemos pessoas que já passaram e passam por tanto e, mesmo assim, continuam com um sorriso na cara. Espero um dia voltar cá, sinto-me bem aqui, é como se estivesse em casa.
Considero, por tudo isto, que em cada viagem descobrimos o Outro, que é, afinal, um pouco mais de nós.
Francisca Rafoa (10.º C)