
Descerro-lhe os tépidos olhos cansados
De lágrimas forrados, de mágoas cravejados
Retiro-lhe o jugo das costas cansadas
De anos de combates vergadas
Deito-a no seu branco e puro leito
De imaculada seda tecido e bordado
Mais puro que a láctea substância celeste.
Ela não pertence aqui, mas sim ao passado
Lanço-lhe um olhar, de relance
Vejo grandeza, poder, altivez
Mas também um profundo transe
Que de negro lhe pinta a tez
Tarde de mais me inclino
Tarde lhe toco a face.
Tarde lhe sinto o frio
Tarde saberei a verdade
A minha alma foi levada.
Miguel Padrão (11.º A1)