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O lançamento da publicação infanto-juvenil “A História do João Gala-Gala”, baseada na biografia do conhecido músico moçambicano Chico António, vai ocorrer na próxima terça-feira (dia 12), no Centro Cultural Franco-Moçambicano, às 17h30.

“A História do João Gala-Gala” narra “a aventura de um rapaz, do campo para as margens das ruas da cidade, onde semeia amigos e histórias e recolhe sons e harmonias com que mais tarde comporá as suas canções”, tal como o catálogo 2017 daquela editora alude ao percurso de Chico António, que também é autor do próprio livro. Trata-se de uma “versão ficcionada por Pedro Lopes a que Luís Cardoso ficciona em tela, dando-lhe as cores de um cenário fantástico onde o ocre do campo se mescla com as luzes da cidade e dos seus múltiplos meandros”, acrescenta a sinopse.

É o 13.º lançamento da coleção infanto-juvenil da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), que sequencia a apresentação da mesma obra, da autoria de Pedro Lopes e do próprio Chico António com ilustrações de Luís Cardoso, no Camões - Centro Cultural Português, realizada a 26 de outubro passado, em sessão bastante concorrida.

No alinhamento da sessão marcada para o “Franco-Moçambicano” está prevista a atuação ao vivo de Chico António e a apresentação pela Associação Iverca do making of da produção do livro, para além das intervenções dos próprios autores que também se disponibilizarão, no final, para o tradicional momento de autografar os livros pelos autores. Registe-se que Pedro Lopes foi, recentemente, agraciado com o Prémio Literário Eugénio Lisboa instituído em 2017 em Moçambique pela primeira vez pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda de Portugal pela autoria da obra “Mundo Grave”, a premiada entre 36 apresentadas a concurso, todas de autores moçambicanos ou de estrangeiros a residir há mais de 10 anos em Moçambique.

Uma exposição com as telas de Luís Cardoso, utilizadas na ilustração do livro, constituirá o cenário do local do lançamento do livro “A História do João Gala-Gala”.

Dados biográficos dos autores transcritos do livro

CHICO ANTÓNIO nasceu em 1958. Foi pastor de bois em Magude, na província de Maputo e um príncipe das ruas de Lourenço Marques, mais tarde Maputo, onde chegou no início dos anos 60. Aos nove anos tornou-se solista e aprendeu trompete e solfejo. Fez parte dos grupos “RM” e “Orquestra Star de Moçambique”. Ganhou, em 1990, o prémio Radio France International (RFI), com a música “Baila Maria”, num dueto com Mingas. Estudou música em França e fundou, depois, o Amoya Studio and Art Gallery. Lançou, em 2014, o álbum “Memórias”. Participa, com certa frequência, em tournées pela Europa e África e tornou-se um colaborador regular de música para documentários, filmes, vídeos e peças de teatro.

PEDRO PEREIRA LOPES, nasceu na Zambézia, em 1987. Contador de histórias com “manias” de poeta, fundou a web-revista de literatura “Lidilisha” e o “Projecto Ler para Ser”. Membro da Associação dos Escritores Moçambicanos, é pesquisador e docente no Instituto Superior de Relações Internacionais.
É autor dos livros: “O Homem dos 7 Cabelos” (infanto-juvenil, 2012), Prémio Lusofonia – Município da Trofa, 2010, “Kanova e o Segredo da Caveira” (infantojuvenil, 2013), “Viagem pelo mundo num grão de pólen e outros poemas” (infantojuvenil, 2014) e “O comboio que andava de chinelos” (no prelo, Prémio Maria Odete de Jesus, 2016).

LUÍS CARDOSO (transcritos de uma outra obra da mesma coleção) nasceu há 53 anos, na cidade da Beira, um grande pedaço de terra conquistado ao Índico, aos baixios do Chiveve e à savana. Habituou-se desde cedo às suas paisagens de cores intensas e de fortes contrastes. Apropriou-se assim, de uma paleta em tons de ocre e azuis de mar, de vermelhos amadurecidos nas árvores pelas mangas e pelos cajus. Apropriou-se do verde-capim que circundava a casa, onde vivia os seus primeiros anos de vida, e que se estendia até ao longe, onde a floresta começava. Ainda menino, lembra-se de fechar os olhos e de colorir as histórias que lhe contavam, dos espíritos e das lendas, e dos animais que falavam. Acha que foi assim que aprendeu a ilustrar e a pintar as histórias que ouvia... Depois foi para a escola onde lhe ensinaram a ser professor de História e mais tarde designer gráfico. É profissional de publicidade e artista plástico. Já fez muitas exposições e ilustrou muitos livros. Gosta de contar histórias ilustrando, desenhando e pintando. Foi esta a maneira que encontrou para continuar a colorir o seu mundo e ajudar a colorir o mundo dos outros.

Consulte o Catálogo 2017 de publicações da EPM-CELP
Próximo espetáculo de Chico António
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