mabuko formaçãoO projeto “Mabuko Ya Hina” (Os Nossos Livros) encerrou, na passada 6ª feira, a formação que decorreu na EPM – CELP, entre os dias 23 e 27 do corrente mês, subordinada ao tema “Dinamização de Bibliotecas Escolares e Maletas de Leitura” e destinada aos professores bibliotecários das escolas de Maputo, Matola, Majajane e Salamanga, integradas neste projeto.

Nesta formação, que contou com uma carga horária de 25 horas e com 22 participantes, partilharam-se experiências ao nível da dinamização das Bibliotecas Escolares e das Maletas de Leitura, procedendo-se à avaliação das atividades realizadas no ano letivo de 2022, do calendário escolar do Sistema de Ensino de Moçambique.

No âmbito do programa da formação, abordaram-se conteúdos como o funcionamento das equipas responsáveis pelas Bibliotecas Escolares e Maletas de Leitura, metodologias para a dinamização destes recursos, a importância da elaboração de um Plano de Atividades e de um Calendário Semanal de Visitas às Bibliotecas e de utilização das Maletas de Leitura, pelos alunos.

Na componente prática da formação, os professores bibliotecários elaboraram, em grupos, um exemplo de Plano Trimestral de Atividades e um exemplo de Calendário Semanal, assinalando, para o efeito, as classes abrangidas pelo projeto em cada trimestre letivo.

Posteriormente, cada grupo de formandos selecionou uma atividade do seu Plano Trimestral e preparou a dinamização dessa atividade. Os trabalhos foram apresentados no encerramento da formação, estando presente a Presidente da CAP da EPM – CELP, Luísa Antunes, a qual fez a entrega dos certificados aos formandos.

Espera-se que os professores bibliotecários, alguns afetos ao projeto “Mabuko Ya Hina” desde 2011, tenham saído mais enriquecidos desta formação e que a partilha de conhecimentos contribua para a continuidade e sustentabilidade deste projeto, reconhecido pelos professores como sendo de extrema importância para o desenvolvimento das competências de leitura dos alunos.

Pedro TavaresDizem os médicos que a pandemia da covid-19, que fustigou o mundo durante intensos dois anos, deixou cerca de 203 sequelas de longa duração nas pessoas contaminadas. Na Educação, a doença também criou desestabilização, gerando lacunas no processo de ensino e aprendizagem e na socialização. Quem assim pensa é o professor Pedro Tavares. Licenciado como professor do Ensino Básico, variante de Educação Visual e Tecnológica, conta com 24 anos de serviço, 13 dos quais na área de Gestão Escolar. Lecionou em várias escolas da região do Algarve, assim como na Escola Portuguesa de Díli – Centro de Ensino e Língua Portuguesa Ruy Cinatti e encontra-se atualmente na Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Língua Portuguesa, desde o ano letivo 2020-2021.

Nesta nossa rubrica “Duas Perguntas ao Professor”, Pedro Tavares afirma que não só de perdas foi feito o período da pandemia. Os professores, por exemplo, ganharam novas habilidades, desenvolvendo metodologias de trabalho que ultrapassam o conhecimento comum da maioria dos professores e obrigando-os reinventar-se.

Que dificuldades e desafios enfrentou no primeiro período deste ano, volvidos mais de dois anos de confinamento, onde as metodologias de ensino foram mais desafiadoras?

O início deste ano letivo, após dois anos completamente atípicos, no que concerne à prática normal de uma escola, viveu-se um misto de alegria e de preocupação. Alegria, pois a verdadeira essência de uma escola está na presença física dos seus mais importantes intervenientes, os alunos. Preocupação, porque, como educador e professor, apercebi-me das várias carências que os nossos alunos apresentavam, carências estas, não só a nível das aprendizagens, mas da socialização e também na destreza física. Se o período de confinamento e de aulas à distância nos ajudaram a desenvolver metodologias de trabalho que ultrapassavam o conhecimento comum da maioria dos professores, obrigando-nos a "reinventar" o ensino, este período que se segue, de regresso à escola, também apresenta desafios para superar as lacunas resultantes do ensino à distância. Todos tivemos que nos reajustar para dar resposta às dificuldades e necessidades dos alunos nesse período, assim como agora, regressados ao ensino presencial, envidamos esforço de forma a preparar os nossos alunos, de modo a que estes terminem o ciclo de ensino com as aprendizagens essenciais programadas.

Que perspetivas tem deste novo período?

Neste novo período já é possível observar uma evolução a nível da socialização entre pares e com os adultos (professor/funcionário), o que se reflete na motivação diária deles, em contexto de aula e fora, assim como na progressão da capacidade físico-motora. Espera-se que estas evoluções continuem a realizar-se de forma a permitir a assimilação plena das aprendizagens.

Clarisse MachuanguanaO aluno da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) e atleta do Clube Desportivo da Costa do Sol, recentemente Campeão Nacional de basquetebol em Juniores Masculinos, Kwesi Mapanzene, foi ontem homenageado pelos seus colegas da turma do Curso Profissional de Técnico de Turismo, num encontro que contou com a presença de professores e da veterana estrela moçambicana de basquetebol, Clarisse Machanguana, que, para além de abraços, ofereceu o seu abecedário da vida aos alunos.

A aula, dada num contexto de atividade motivacional, cumpriu, em 50 minutos, o seu desiderato: motivar os alunos através de histórias e testemunhos de quem surgiu do “nada” para o mundo. Tão inteligente, quanto carismática, Clarisse narrou alguns episódios da sua vida para mostrar que “Não importam as circunstâncias em que nascemos. Embora possam condicionar um pouco o nosso futuro – ajudando ou não –, o processo é sempre difícil. É preciso foco, determinação e persistência”, explicou a jogadora.

Nascida num contexto de pobreza, Clarisse provou ao Mundo que acreditar nos sonhos é o princípio do sucesso. E argumenta: “Eu sou o exemplo concreto do percurso de alguém que nasceu no nada e, através do esforço pessoal, chegou longe. Nos sonhos, o chegar onde queremos não é a conquista propriamente dita. Chegar onde queremos é o iniciar do processo da conquista”, enfatizou, sublinhando que “busquem os vossos sonhos, mas cientes de que terão desafios. A vida nos vos deve nada”.

Para Sandra Macedo, diretora do Curso Profissional de Técnico de Turismo, os momentos partilhados pela jogadora devem impulsionar uma mentalidade forte e de resiliência nos alunos que, para além de Kwesi Mapanzene, outros sucessos surjam na turma, na Escola e em toda a sociedade. “É preciso potenciarmos os nossos sonhos. Sabermos identificá-los e seguirmos”, concluiu a docente.

Para além deste encontro com Clarisse Machanguana, a turma vai continuar a trazer testemunhos diretos de sucessos em diversas áreas de saber e atividade para estimular sonhos no seio da comunidade educativa.
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