PUBLICAÇÕES | “Lamura” de Suzy Bila ganha vida em Maputo

“Lamura” é inspirado em acontecimentos verdadeiros, mostrando como o poder da palavra no imaginário fértil de uma criança desvaloriza o tamanho dos obstáculos e faz surgir do nada o significado da liberdade – essa tónica que desperta e revitaliza a obra de Saramago, trabalhada agora por alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, tanto na construção da passarola voadora , como na exposição patente no átrio central da Escola. Mostra, ainda, alguns dos problemas políticos e sociais contemporâneos que merecem um olhar amplo e uma resposta urgente para a construção de uma sociedade mais humanizada onde todas as crianças possam usufruir plenamente dos seus direitos.
A obra foi adotada como livro de leitura pela EPM-CELP para alunos do 8.º ano. Por isso, para Luísa Antunes, presidente da Comissão Administrativa Provisória da Escola, a narrativa desencadeia, em si, uma série de reflexões sobre os sonhos e os direitos das crianças. “Lamura” é um menino que cresce à volta da fogueira ouvindo estórias contadas pelo pai.

“É um livro que incide muito sobre os valores e direitos humanos, sobretudo das crianças. Trata também de uma coisa muito importante: a capacidade de sonhar. As crianças, independentemente da violência e da vida que têm, possuem uma capacidade extraordinária de inventarem o mundo, de sonharem e de terem esperança. Portanto, este é um livro de esperança”, disse Teresa Noronha, responsável pelo setor de publicações da EPM-CELP, durante a apresentação da obra.
Em “Lamura”, Suzy Bila usa a escrita e a pintura para exteriorizar o seu estado de espírito. “Este livro nasce de uma insatisfação sobre a situação de exploração infantil”, disse a escritora em testemunho gravado e projetado no espaço do novo refeitório da EPM-CELP, sublinhando que “queria que as crianças percebessem que os problemas relacionados com os seus direitos não podem ser ignorados. É isso que quero lembrar: a liberdade. A liberdade para poder brincar, crescer livremente”.

Suzy Bila, pseudónimo de Maria Suzete Carmona Bila nasceu em Maputo, em 1974. Desde 1996 que vive em Lisboa, tendo feito a sua formação artística no AR.CO, Centro de Arte no qual criou a sua própria entidade artística. Apesar da mudança de continente, não rompeu com as suas raízes, pois admite ter “as influências artísticas tradicionais do meu país de origem”.
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23.º ANIVERSÁRIO | Passarola voadora “sustenta” sonhos no recinto da EPM-CELP

É essa a mensagem que procura transmitir a passarola voadora, ontem inaugurada, no recinto da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) feita por 156 crianças das oito salas do pré-escolar por ocasião das celebrações do centenário de José Saramago e do 23.º aniversário da Escola, este ano sob o lema “Flores de todas as cores”.
A ideia da passarola voadora, de acordo com os organizadores, surge “pela sua particularidade de se alimentar de vontades, de desejos, de sonhos”, imaginários e/ou reais. Pedagogicamente, para além do estímulo do faz-de-conta (através do qual a criança desenvolve a criatividade, interage com o mundo e desenvolve física, emocional e socialmente), pretende-se, com este trabalho, transmitir às crianças a importância de darem asas à imaginação, de acreditarem na força que cada uma tem dentro de si e de sonharem, sempre”, explica a equipa.
O desafio foi realizado durante cinco dias, em contexto de sala de aulas, sempre aliando interações e muito engenho entre alunos, educadoras e auxiliares do pré-escolar. Os pais e encarregados de educação contribuíram somente com capulanas para a construção das penas e asas da passarola. “As crianças têm uma capacidade enorme de sonhar sem limites que devemos estimular, lembrando que o sonho comanda a vida e que a força do querer concretiza sonhos. E assim foi, demos asas à imaginação, unimos esforços, trabalhamos juntos em equipa e contruímos a nossa passarola africana que, alimentada com tantos sonhos bonitos, voou…”.
A passarola continua lá, suspensa, a sustentar e a alimentar sonhos desses meninos. Ninguém ainda sabe o seu destino, mas, enquanto lá estiver, continuemos todos a visitá-lo e a reconstituir os sonhos.
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