Museus do Mar 13Os alunos da turma do 10.º ano do Curso Profissional de Técnico de Turismo, da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), no âmbito dos módulos de Técnicas de Informação e Animação Turística (TIAT), Geografia (Recursos Hídricos), em articulação com os módulos de Operações Técnicas em Empresas Turísticas (OTET), Técnicas de Comunicação em Acolhimento Turístico (TCAT), Área de Integração (AI) e História, visitaram durante a tarde de terça-feira, 14 de março, o antigo Museu das Pescas, atual Museus do Mar,  onde tiveram a oportunidade de explorar os diversos espaços e observar situações práticas relacionadas com a cultura e identidade do povo moçambicano.  

Aos alunos foi também explicada a mudança do nome do Museu, pois o conceito de mar é mais abrangente, permitindo assim, o “crescimento” do museu noutras vertentes, não só diretamente relacionadas com o que o visitante pode admirar in loco, mas, também ao nível de pesquisa e investigação, permitindo outro tipo de aproveitamento e rentabilização de informação e parcerias.

Os alunos tiveram oportunidade de interagir com o Guia do Museus do Mar, Sr. Almeida, e com um dos elementos do Gabinete de Comunicação do Museu, Dr. Abílio. Foram colocadas algumas questões e houve também disponibilidade para ouvir algumas histórias relacionadas com a temática daquele Museu.

Museus do Mar 6Atendimento e receção, interesse arquitetónico do edifício, observação dos circuitos de visita e dos sistemas de sinalética e informação, bem como, exploração de áreas de acolhimento como centros interpretativos ou zonas de lazer, foram alguns dos temas abordados. Ali, os alunos puderam apreender o património da cultura pesqueira com uma conceção museológica que dá a conhecer os modos de vida das comunidades que recorrem a técnicas piscatórias em interação com o ambiente aquático e o território. Outro dos temas abordados foi o da sustentabilidade. Além dos módulos envolvidos, os alunos irão trabalhar estes conteúdos nos módulos de Inglês e de Francês.

Esta foi mais uma sessão formativa prática que sustenta os conteúdos estudados em contexto de sala de aula, visando estimular e aprofundar conhecimentos inerentes a um futuro técnico ligado ao setor do turismo.

A 20.ª edição do Xirico teve casa cheia. A primeira parte, totalmente dedicada ao Curso Profissional de Técnico de Turismo, contou com alunos que prestaram depoimentos sobre as suas experiências e com a diretora do curso, a professora Sandra Macedo, que nos contou dos desafios que se colocam às saídas profissionais para estes alunos. Na segunda parte, damos voz à recente eleita presidente da Associação de Estudantes que nos veio falar dos objetivos da Lista X para fazer as Casa Amarela um local ainda melhor.

O Xirico desta semana termina com a música do Rapper Azagaia. "Ai de Nós" em homenagem ao ativista e músico que prematuramente nos deixou.

visitaOs alunos do 12ºC da EPM-CELP visitaram, no dia 24 de fevereiro, a Fundação José Craveirinha, no âmbito das disciplinas de História e Português. Na conversa, orientada pelo seu filho Zeca Craveirinha, foi revelada a sua atitude crítica perante a vida e os factos ocultos da sua poesia intervencionista.

Acompanhados pelos professores Carla Maricato e Paula Pinheiro, os alunos percorreram os vários espaços da casa onde José Craveirinha viveu, sempre com auxílio do anfitrião Zeca Craveirinha. A visita de estudo teve como objetivo o aprofundamento de conhecimento sobre a época em que José Craveirinha viveu, a forma como eram vistos os escritores de intervenção; aspectos históricos, literários; a crítica, a vida social, familiar e o posicionamento político do poeta.

Para consolidar os conhecimentos, foram utilizados desdobráveis para recolher informações relacionadas com o escritor. Estes desdobráveis foram realizados pelos alunos do 12º A3 com a ajuda de Inês George, professora da disciplina de Oficina e Multimédia, e Paula Pinheiro, professora de português, posteriormente oferecidos pela Escola à Fundação, de modo a poderem ser utilizados em visitas de estudo das várias escolas da cidade.

A segunda parte da visita foi o momento em que os alunos tiveram a oportunidade de conversar com Zeca Craveirinha sobre a sua experiência como filho e guardião da história de José Craveirinha relatando o que sabia da vida atribulada do seu pai.

8 marçoNo Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, três mulheres com histórias de vida e percursos diferentes juntaram-se aos alunos do Ensino Secundário da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) para partilharem suas vidas e falarem das existentes (con)tradições na busca pela liberdade e pela igualdade de género. Para além de se celebrar o notável avanço na luta pelos direitos das mulheres, procurou-se igualmente descortinar o sentido de “lugar” da mulher na sociedade e o medo devido às intensas violações físicas, sexuais, morais, emocionais…

Subordinada ao tema “(Con)tradições: Trilhando caminhos rumo à construção sustentável de uma identidade de género”, a sessão iniciou com um enquadramento histórico, seguido de uma declamação de poesia sobre a figura feminina na sociedade e partilha de experiências de duas alunas do movimento estudantil Unidos Pelo Ambiente (UPA), que muito fazem pela consciencialização e valorização do meio ambiente entre a comunidade educativa.

Seguiram-se, então, testemunhos comoventes de quem sente o peso, os traumas e os medos de ser mulher. Eduarda Pereira Cipriano considera-se uma “profissional do desenvolvimento”, tendo em perspetiva o seu percurso de mais de 40 anos de trabalho e, embora com uma visão holística sobre o problema, para ela não existem direitos da mulher: “Existem direitos humanos!”.

Membro de várias organizações, dentre elas a FDC, onde foi diretora de programas durante cerca de 10 anos, o ROSC (Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança), a Associação NGUNI, Global Leaders for ECD, entre outras, Eduarda acredita que os direitos devem ser pela Humanidade. Os direitos são os primeiros presentes de vida que recebemos, por isso, é preciso lutar para que ninguém no-los tire. E, num mundo de egoísmo, de exploradores, o cidadão ativo é o único que pode fazer com que as organizações internacionais e os governos cumpram as suas obrigações e promessas”.

Este dinamismo, segundo disse, deve ser exercido dentro das normas e dos interesses sociais. Ou seja, a consciencialização para uma sociedade mais justa, mais íntegra e mais tolerante é dever de todos. E argumenta: “A sociedade desempenha um papel importante na mudança comportamental e na edificação de pessoas que respeitam o outro, homem e mulher. É na sociedade que começa a discriminação, quando os pais definem trabalhos de meninas e de meninos. É em casa onde se ensina que uma mulher é menos importante que um homem. Por isso, as leis tornam-se determinantes quando a sociedade não é ativa e não sabe o que quer”.

Na lógica das tradições, vistas como amuletos para subalternar a figura da mulher, a ativista reiterou que o lobolo – casamento tradicional, muitas vezes visto como sinónimo de troca, ou seja, de compra de uma mulher por parte da família do homem – não pode servir de base para a exploração desta. “A mulher não é um objeto. O lobolo é uma tradição que visa unir as duas famílias”, disse Eduarda para quem “É preciso estudarmos bem fundo algumas normas, sob pena de sermos explorados por falta de conhecimento”.
8 março 2Berta de Nazareth é outro rosto, outra alma que esconde dor, lágrimas e medos pelo simples facto de ser mulher. É ativista social, formada em sociologia pela Universidade Pedagógica, consultora de género e coordenadora geral do programa de Género na Associação Sociocultural Horizonte Azul, desde 2016, desenvolvendo ações de facilitação e interação com grupos de raparigas e rapazes.

A sua história começa aos 9 anos de idade quando perdeu a sua mãe, vítima de feminicídio, um tipo de crime de ódio baseado no género. A partir daí, iniciou a luta pelos direitos das mulheres, pois não queria que estes casos voltassem a acontecer e nem que ela fosse a próxima vítima, tal como “Acontece atualmente neste país. Há uma onda de desaparecimentos de mulheres – adolescentes e jovens – que terminam em notícias tristes: violadas sexualmente e mortas. Isto assusta-nos. Parece até que a noite não nos pertence. Mas é verdade, a noite foi feita para mulheres”, disse intrigando os alunos com a partilha de opiniões.

No estudo divulgado no início deste março, o Observatório das Mulheres de Moçambique afirmou que já registou mais de 41 casos de feminicídio em 2023, números que espelham, na sua maioria, casos de violação sexual por parte de familiares, amigos e vizinhos. Por isso, para Berta, urge a necessidade de construção e consolidação da ideia de que a “Mulher controla o seu corpo, a sua roupa e seus desejos, pois, sempre que uma mulher é violada, perguntam sempre sobre o que estava a fazer na rua sozinha, o que tinha vestido. Essa ideia tira-nos do lugar de vítimas, como se uma parte do mundo, das roupas, das liberdades não nos pertencesse”.

Todas numa perspetiva de revolução, de aceitação e integração social sem condicionamentos, as três ativistas encontram, cada uma no seu ramo, um estilo e uma forma de influenciar a sociedade.
8 março 4É igualmente o caso de Carmen Miral. Diz-se empreendedora, mas o seu trabalho passa pela consciencialização sobre o poder da “naturalidade” do ser africano, através do cabelo. É fundadora de um salão cabeleireiro à base de produtos naturais e locais, Black Khakhela Spot, e uma linha de cosméticos naturais, Black Khakhela Products, que são uma forma de expressar a mesma visão do empoderamento, valorização e educação sobre o cabelo natural.

Durante a conversa, confessou que tudo o que ela faz tem um impulso e iniciativa para melhorar a sua comunidade onde o público-alvo são crianças e jovens com necessidade de aprender mais sobre a valorização cultural e do cabelo e pele natural.

Tratou-se de uma sessão rica, de uma celebração intensa, plena de significados e mensagens fortes em torno da, cada vez mais, urgente afirmação da Mulher no âmbito da igualdade de género.

cc BJCA EPM-CELP apurou os vencedores da fase escolar da 16.ª edição do Concurso Nacional de Leitura, cujas provas decorreram, entre os dias 21 e 24 de fevereiro, na Biblioteca Escolar José Craveirinha. Daniela Silva e Luana Abasse (1.º ciclo), Bilal Puíta e Kiane Jaintilal (2.º ciclo), Gabriella Correia e Rita Morais (3.º ciclo), e Ana Reis e Rodrigo Garrido, do Ensino Secundário são os apurados que se destacaram dentre 123 concorrentes, dos quais trinta e cinco do 1.º Ciclo, trinta e dois do 2.º, dezanove do 3.º e trinta e sete do Ensino Secundário. 

Para além de realizarem um vídeo, os alunos apurados participarão na prova escrita online de pré-seleção que se realizará na Biblioteca Escolar José Craveirinha, no dia 15 de maio. 

--<>--<>--<>--<>--<>--<>--<>--<>--

Topo