Cada vez mais, as pessoas, em especial os jovens, têm tendência em querer tornar o vocabulário o mais simples possível, mas esquecem-se que o facto de o tornar mais simples, também implica que haja palavras que caiam em desuso e que não aprendam mais palavras novas.
O mundo atravessa tempos de mudança, convulsão e adaptação a uma nova realidade, emergente da abertura de fronteiras, do esforço de transformação desta nossa grande casa numa pequena Aldeia Global, sempre ajudado pela evolução dos meios de informação e comunicação e pelo desenvolvimento das novas tecnologias, cada vez mais omnipresentes - e omniscientes, como vimos com o recente escândalo das escutas a altos responsáveis internacionais.
PeroraçãoPor tudo o que neste sensato e preocupado sermão afirmei, resigno-me: as pedras não me ouvirão - e mesmo que o fizessem, a sua centenária imutabilidade dificilmente de algo serviria - nem o farão as aves, que por demais distam do meu púlpito terreno. Que por lá, pelos seus altos Céus, se mantenham: longe da pútrida degenerescência que nos consome mal nos chegam os pés ao firme elemento, longe da descontrolada e deformada figura humana, perto do Senhor, do divino e da sua Santa e Transcendente palavra: afinal, é a tal comportamento que devem a sua salvação, pois, não fossem as suas aéreas capacidades, e há muito que já arderiam no nono círculo do Tártaro, há muito que o peso da sua alma já teria aterrado o gracioso corpo no mar de danação que sobrevoam.
Exposição e ConfirmaçãoAfinal, concluo que nem mesmo a calçada me quererá escutar, ou mesmo que o queira não o pode. Para mais, seria inútil pregar aos que não ouvem, mesmo sendo menos duro do que pregar aos que ouvem e não se retratam.
Introdução/ExplicaçãoNos dias de hoje, a fé parece abandonar-nos: de todos os lados somos assolados por pessimismo, bota-abaixismo e desespero; todas as notícias são negras, toda a luz se desvanece, toda a esperança desvanece.
Não discutirei, por ora, as razões por detrás destas mudanças sociais: penso que, aliás, há muito que já o fiz, que há muito que já todos sabemos porque gira o mundo como gira, porque nos consome o temor do futuro e a instabilidade crescente. Muito pelo contrário: creio que, aquando de uma situação como a atual, é um imperativo moral louvar as nossas virtudes, para que as redobremos e reforcemos sem, é claro, nos esquecermos de criticar as nossas faltas, para as corrigirmos.
"O que torna um sonho irrealizável é a inércia do sonhador" - AnónimoNo momento da escrita desta crónica terminou já o impensável, intolerável e desumano sequestro num dos mais luxuosos centros comerciais quenianos, começado no sábado passado e- mal- terminado na terça-feira passada. Entretanto, há a lamentar 70 mortos, entre os quais vários estrangeiros, inclusive o famoso poeta ganês Kofi Awoon, junto com um número indeterminado- e crescente- de feridos, graves erros de liderança, logística e atuação que rapidamente se acumulam para nos permitirem considerar esta uma das piores, senão a pior, operação de resgate de reféns do século atual.
Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo. - Oscar Wilde

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