"Letra a letra" é um espaço editorial que acolhe as crónicas e artigos de alunos colunistas da EPM-CELP que, periódica e regularmente, partilham connosco as suas opiniões sobre os mais variados temas.
Desde a histórica Conferência de Berlim, fruto provável das exigências interesseiras e hipócritas das grandes potências, o continente negro foi incessantemente esquadrinhado, medido, pesado, divido e traçado, com lápis cor-de-rosa, azul e cinza, em cartas francesas, alemãs, inglesas, portuguesas, belgas e italianas, apenas para as metrópoles se apossarem das maiores fatias de recursos possíveis. Exceções a essa divisão, apenas três: a Libéria, comprada pelos escravos libertos, a Etiópia, orgulhosamente independente até à ocupação italiana de 1936, e a União da África do Sul. Não totalmente contemporâneas, estes três estados/nações/colónias seguiram os percursos mais divergentes, contraditórios e improváveis que a história poderia imaginar. Contudo, extensão e foco oblige, tratarei apenas do caso sul-africano.