
Nesta formação, que contou com uma carga horária de 25 horas e com 22 participantes, partilharam-se experiências ao nível da dinamização das Bibliotecas Escolares e das Maletas de Leitura, procedendo-se à avaliação das atividades realizadas no ano letivo de 2022, do calendário escolar do Sistema de Ensino de Moçambique.
No âmbito do programa da formação, abordaram-se conteúdos como o funcionamento das equipas responsáveis pelas Bibliotecas Escolares e Maletas de Leitura, metodologias para a dinamização destes recursos, a importância da elaboração de um Plano de Atividades e de um Calendário Semanal de Visitas às Bibliotecas e de utilização das Maletas de Leitura, pelos alunos.
Na componente prática da formação, os professores bibliotecários elaboraram, em grupos, um exemplo de Plano Trimestral de Atividades e um exemplo de Calendário Semanal, assinalando, para o efeito, as classes abrangidas pelo projeto em cada trimestre letivo.
Posteriormente, cada grupo de formandos selecionou uma atividade do seu Plano Trimestral e preparou a dinamização dessa atividade. Os trabalhos foram apresentados no encerramento da formação, estando presente a Presidente da CAP da EPM – CELP, Luísa Antunes, a qual fez a entrega dos certificados aos formandos.
Espera-se que os professores bibliotecários, alguns afetos ao projeto “Mabuko Ya Hina” desde 2011, tenham saído mais enriquecidos desta formação e que a partilha de conhecimentos contribua para a continuidade e sustentabilidade deste projeto, reconhecido pelos professores como sendo de extrema importância para o desenvolvimento das competências de leitura dos alunos.
Dizem os médicos que a pandemia da covid-19, que fustigou o mundo durante intensos dois anos, deixou cerca de 203 sequelas de longa duração nas pessoas contaminadas. Na Educação, a doença também criou desestabilização, gerando lacunas no processo de ensino e aprendizagem e na socialização. Quem assim pensa é o professor Pedro Tavares. Licenciado como professor do Ensino Básico, variante de Educação Visual e Tecnológica, conta com 24 anos de serviço, 13 dos quais na área de Gestão Escolar. Lecionou em várias escolas da região do Algarve, assim como na Escola Portuguesa de Díli – Centro de Ensino e Língua Portuguesa Ruy Cinatti e encontra-se atualmente na Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Língua Portuguesa, desde o ano letivo 2020-2021.
Nesta nossa rubrica “Duas Perguntas ao Professor”, Pedro Tavares afirma que não só de perdas foi feito o período da pandemia. Os professores, por exemplo, ganharam novas habilidades, desenvolvendo metodologias de trabalho que ultrapassam o conhecimento comum da maioria dos professores e obrigando-os reinventar-se.
Que dificuldades e desafios enfrentou no primeiro período deste ano, volvidos mais de dois anos de confinamento, onde as metodologias de ensino foram mais desafiadoras?
O início deste ano letivo, após dois anos completamente atípicos, no que concerne à prática normal de uma escola, viveu-se um misto de alegria e de preocupação. Alegria, pois a verdadeira essência de uma escola está na presença física dos seus mais importantes intervenientes, os alunos. Preocupação, porque, como educador e professor, apercebi-me das várias carências que os nossos alunos apresentavam, carências estas, não só a nível das aprendizagens, mas da socialização e também na destreza física. Se o período de confinamento e de aulas à distância nos ajudaram a desenvolver metodologias de trabalho que ultrapassavam o conhecimento comum da maioria dos professores, obrigando-nos a "reinventar" o ensino, este período que se segue, de regresso à escola, também apresenta desafios para superar as lacunas resultantes do ensino à distância. Todos tivemos que nos reajustar para dar resposta às dificuldades e necessidades dos alunos nesse período, assim como agora, regressados ao ensino presencial, envidamos esforço de forma a preparar os nossos alunos, de modo a que estes terminem o ciclo de ensino com as aprendizagens essenciais programadas.
Que perspetivas tem deste novo período?
Neste novo período já é possível observar uma evolução a nível da socialização entre pares e com os adultos (professor/funcionário), o que se reflete na motivação diária deles, em contexto de aula e fora, assim como na progressão da capacidade físico-motora. Espera-se que estas evoluções continuem a realizar-se de forma a permitir a assimilação plena das aprendizagens.

A aula, dada num contexto de atividade motivacional, cumpriu, em 50 minutos, o seu desiderato: motivar os alunos através de histórias e testemunhos de quem surgiu do “nada” para o mundo. Tão inteligente, quanto carismática, Clarisse narrou alguns episódios da sua vida para mostrar que “Não importam as circunstâncias em que nascemos. Embora possam condicionar um pouco o nosso futuro – ajudando ou não –, o processo é sempre difícil. É preciso foco, determinação e persistência”, explicou a jogadora.
Nascida num contexto de pobreza, Clarisse provou ao Mundo que acreditar nos sonhos é o princípio do sucesso. E argumenta: “Eu sou o exemplo concreto do percurso de alguém que nasceu no nada e, através do esforço pessoal, chegou longe. Nos sonhos, o chegar onde queremos não é a conquista propriamente dita. Chegar onde queremos é o iniciar do processo da conquista”, enfatizou, sublinhando que “busquem os vossos sonhos, mas cientes de que terão desafios. A vida nos vos deve nada”.
Para Sandra Macedo, diretora do Curso Profissional de Técnico de Turismo, os momentos partilhados pela jogadora devem impulsionar uma mentalidade forte e de resiliência nos alunos que, para além de Kwesi Mapanzene, outros sucessos surjam na turma, na Escola e em toda a sociedade. “É preciso potenciarmos os nossos sonhos. Sabermos identificá-los e seguirmos”, concluiu a docente.
Para além deste encontro com Clarisse Machanguana, a turma vai continuar a trazer testemunhos diretos de sucessos em diversas áreas de saber e atividade para estimular sonhos no seio da comunidade educativa.


O seu nome é Teresa Jerónimo, professora licenciada, com formação para as disciplinas de Português no 1º ciclo e História no 2º ciclo. Com 40 anos de serviço, está há oito anos na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM CELP). A sua carreira é dividida em dois momentos: 13 anos no 2º ciclo e 27 anos no 1º ciclo do ensino básico. Além das atividades letivas, exerceu os cargos de Adjunta do Diretor de um Agrupamento de Escolas (11 anos), Coordenadora de Departamento do 1º ciclo (cinco anos), Coordenadora de Escola (11 anos), Formadora Residente de Português de um Agrupamento de Escolas, durante dois anos.
Nesta nossa rubrica “Duas Perguntas ao Professor”, Teresa Jerónimo afirma que, com o alívio das medidas restritivas na prevenção da pandemia da Covid-19, contemplando agora a retoma das aulas presenciais, de atividades de complemento curricular e extracurriculares, o segundo período, que iniciou na segunda-feira, 16 de janeiro, será excelente. Acompanhe!
Que dificuldades e desafios enfrentou no primeiro período deste ano, volvidos mais de dois anos de confinamento, onde as metodologias de ensino foram mais desafiadoras?
Neste ano letivo, recebi uma nova turma de 23 alunos do 1.º ano. O que senti em relação à evolução que seria esperada para estes meninos de 6 anos? Um maior grau de imaturidade, ainda muita brincadeira em contextos desadequados às mesmas e dificuldades em manusearem os instrumentos próprios da sala de aula e de trabalho individual como tesoura, lápis de carvão e riscadores, cola… A imaturidade verifica-se, em maior grau, nos rapazes, sendo as raparigas desta idade mais ágeis de mãos e pensamento. Isto sinto-o aqui em Moçambique. Em geral, os alunos são mais imaturos e lentos nas suas tarefas e menos autónomos do que os que sempre encontrei e lidei em Portugal. Nota-se que o confinamento teve uma influência negativa tanto no desenvolvimento da sua motricidade como emocional e relacional. Por outro lado, considero que, tanto alunos como pais, estão a valorizar muito mais a escola, manifestando grande satisfação por fazerem parte das turmas, assim como noto uma maior valorização do trabalho dos professores.
Que perspetivas tem deste novo período?
Muito boas mesmo. A “rotina diária” está instalada e os comportamentos mais desadequados já foram trabalhados com todos. A curiosidade, a alegria e o bem-estar que se sente, diariamente, nestes alunos pequenitos vai fazer toda a diferença no processo de aprendizagem. Quando a aprendizagem é feita com satisfação tudo corre bem. Com a ajuda dos Encarregados de Educação, o estabelecimento de relações profissionais próximas e atentas a cada um (dos alunos e dos seus EE), também resolve muitos problemas relacionais e coloca-os, verdadeiramente, como um dos pilares da educação dos filhos.
Fica o testemunho em vídeo daquela que acreditamos ser uma experiência única de crescimento pessoal, pelo desafio e conhecimento que é proporcionado aos alunos.
Inicia, hoje, o segundo período letivo e, na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), mais de 1.600 alunos voltaram a dar vida aos vários corredores e instalações da instituição. O período prolongar-se-á até o dia 31 de março, com interrupção da Páscoa, e terá apenas um feriado nacional moçambicano, no dia 3 de fevereiro próximo, em homenagem aos heróis nacionais.
Sem grandes mudanças, o período continuará com as aulas presenciais, atividades de complemento curricular e extracurriculares, anunciados no início do ano, dentro do alívio das medidas restritivas na prevenção da pandemia da Covid-19, contemplando igualmente a não obrigatoriedade do uso de máscara no recinto escolar.
Do universo dos alunos, 52 por cento representa a nacionalidade moçambicana, 45 a portuguesa. A comunidade inclui, igualmente, crianças, adolescentes e jovens de países da América, Europa, África e Ásia, como Brasil, Itália, Espanha, Timor Leste, África do Sul, Angola, Estados Unidos de América, Cuba e Guiné-Bissau.
A toda a comunidade escolar desejamos um período tranquilo e repleto de realizações e sucessos.