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anivDurante toda a semana, a Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) esteve animada, com alunos e professores empenhados na dinamização de diversas atividades programadas no âmbito das celebrações do 23.º aniversário da Escola, que este ano se junta às comemorações do centenário de José Saramago. A sessão solene, que hoje teve lugar no Auditório Carlos Paredes, encerrou as festas entre renovações de promessas de excelência no ensino, retrospetivas, cânticos, dramatizações, música e muitos prémios para os vencedores de concursos e melhores alunos da “Casa Amarela”.

Em discurso, Luísa Antunes, presidente da Comissão Administrativa Provisória da EPM-CELP, referiu que, num mundo de consumismo, os desafios que se colocam para a educação têm a ver com a sustentabilidade e deixou, de seguida, um desafio para que todos, enquanto usuários de todos os bens e recursos naturais disponíveis no Planeta, refletíssemos sobre a nossa intervenção diária.

Para o Secretário de Estado da Educação de Portugal, António Leite, a EPM-CELP representa o pulsar de Portugal em Moçambique, uma cooperação que se espera perdurar para sempre. Manuel Bazo, Vice-Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique, não escondeu a satisfação de estar na Escola, surpreendido pela capacidade criativa e engenhosa das crianças: “É motivo de orgulho, de emoção quando vi crianças a entoarem o Hino Nacional de Moçambique. E também me emocionei quando as crianças entoaram o Hino de Portugal. Aprendemos aqui estratégias de ensino, a viver como uma comunidade. Aprendemos aqui que a cultura desenvolve a Humanidade. E hoje aprendi também que esta Escola é muito importante”, disse o dirigente.

Na sessão, estiveram diversas individualidades portuguesas e moçambicanas, a destacar o representante do patrono do Prémio Baltazar Rebelo de Sousa, Pedro Rebelo de Sousa, S.Exa. o Secretário de Estado da Educação de Portugal, António Leite, S.Exa., a senhora Diretora-Geral da Administração Escolar, Susana Castanheira Lopes, o Embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, a Cônsul-Geral de Portugal em Maputo, Maria Manuel Morais e Silva, o Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Eneas Comiche, representantes do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano de Moçambique, entre outros.
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expoPHá dois sentidos, o real e o metafórico, na exposição “Flores de todas as cores”, inaugurada na segunda-feira, 21 de novembro, no átrio central, no Pátio das Laranjeiras e no novo refeitório da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), pertencentes aos alunos desde o pré-escolar até ao ensino secundário que, nitidamente, nos ajudam a perceber, nas duas vertentes, os seus mistérios. Mais do que celebrar o centenário do considerado maior da expressão da Literatura Portuguesa contemporânea, José Saramago, os trabalhos, desafiadores, deram asas à imaginação e à criatividade.

Pensadas e concetualizadas pelo Plano Cultural de Escola, as dezenas de obras sobre vida e obra de Saramago, cumprem igualmente a função de ponte de intercâmbio sociocultural, ao unir duas escolas, dois povos, duas culturas. Isto é, enquanto a missão da EPM-CELP foi recriar obras do homenageado, à moda portuguesa – desde a narrativa, os retratos, o teatro, a música – os alunos da Escola Comunitária Imaculada Conceição moldaram-nas com um toque moçambicano.
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“Depois de, no ano passado, termo-nos focado na figura de José Craveirinha, no âmbito do centenário do seu nascimento, este ano decidimos cruzar as comemorações do 23.º aniversário da escola com os 100 anos de nascimento de José Saramago”, explicou Inês George, professora e coordenadora do Projeto Cultural de Escola - Plano Nacional das Artes, para quem “o tema sobre Saramago foi explorado de vários sentidos. Ou seja, não só na pessoa dele, como também nas obras que ele produziu”.

A iniciativa, de tão aglutinadora, incluiu a Feira do Livro, promovida pela Biblioteca Escolar José Craveirinha; o lançamento do livro “Lamura” de Suzy Bila, através do setor de publicações da EPM-CELP; a música e o teatro, através do Departamento de Expressões e o projeto Mabuko Ya Hina que facilitou o intercâmbio entre as duas escolas e dinamizou atividades relacionadas com a leitura e dramatização.
expo9A exposição reúne trabalhos dos alunos de todos os ciclos, incluindo os da Sala do Ensino Estruturado, feitos em contexto de sala de aula, desde o segundo período do ano letivo passado. São retratos de José Saramago feitos a partir de materiais reciclados e em formato de puzzle; recriações escritas e desenhadas do conto para a infância “A maior flor do Mundo” depois do visionamento do filme; ilustrações; a construção da passarola voadora; teatro, entre outros.

“Flores de todas as cores” foi desenvolvido em colaboração com professores das disciplinas de Português, Inglês, Música, Educação Física, Educação Visual, Desenho, História de Cultura e das Artes e Filosofia e é a temática central das celebrações.
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pscológos com EEO encontro com os encarregados de educação do 2º Ciclo teve o objetivo de olharmos, juntos, para uma das fases de desenvolvimento que mais desafia o mundo dos adultos. A mudança para o 2º Ciclo, para além de ter associado um conjunto de mudanças no contexto académico, traz ainda  mudanças no desenvolvimento da pessoa dos alunos com a proximidade da puberdade e da adolescência. Do ponto de vista da escola, foram trazidos pelos alunos, em atividade com as psicólogas, sentimentos relacionados com o abandono da monodocência que dá, agora, lugar a um conjunto de novos docentes, a perda de amigos e colegas por integração em turmas diferentes, o medo de não ser aceite pelos novos colegas, o aumento do número de salas, o aumento de responsabilidades, o aumento da complexidade de matérias, o aumento de testes, o aumento da ansiedade associada a tudo quanto é novo e muito.

Do ponto de vista do desenvolvimento pessoal, as grandes “dores” dos nossos alunos relacionam-se com a puberdade e a adolescência que os aguarda e a comunicação com os pais sobre o assunto. Foram apresentadas questões como Por que é que a adolescência é a pior fase da vida? Como aparecem as borbulhas e os pelos nos adolescentes? Por que é que quando tens um irmão ou irmã mais novo, os pais param de te dar atenção e tempo e o teu novo irmão/irmã passa a ignorar-te? Porque é que tentamos conversar com os nossos pais ou parentes sobre a mudança do corpo, mas temos desconforto e medo de falar sobre este assunto? Como perco o medo de falar com eles? Quero gostar de algumas partes do meu corpo. Gostaria de aprender como me defender de pessoas que querem usar o meu corpo para se divertirem. Gostaria de saber como ter mais intimidade com os meus pais e como falar com eles.

Dentro deste trabalho desenvolvido pelas psicólogas do Serviço de Psicologia e Orientação (SPO) da EPM-CELP, os pais foram igualmente convidados a participar numa “roda de conversa” onde puderam conhecer a visão sobre as mudanças que surgem nesta fase e sobre os melhores caminhos a seguir para acompanhar os seus filhos, na tentativa de, juntos, se encontrarem as melhores respostas ao o que fazer e como fazer com as mudanças físicas, emocionais e comportamentais.

Deste encontro, e com um bom envolvimento dos pais presentes, saíram orientações como a extrema importância de construir pontes de comunicação e de afetos entre pais e filhos, assegurando a existência de um clima de confiança, abertura e disponibilidade para receber aqueles que, nesta altura, se por um lado (ainda) têm os pais como o porto seguro ao qual querem recorrer, por outro lado, têm também bastantes dificuldades em se aproximar deles por vergonha, timidez e, muitas vezes, pela (sua) certeza de não valer a pena fazê-lo, pois é sua certeza que dificilmente serão compreendidos…

Em 90 minutos de conversa, podemos dizer que foi 100% positivo o fortalecimento da equipa de educadores que, entre saberes e afetos, dedica o seu tempo à construção do bem estar da pessoa dos alunos dos atuais 5.º e 6.º anos da EPM-CELP.

lamuraUm ano depois de ter sido lançado em Lisboa, Portugal, o livro de estreia da escritora e artista plástica moçambicana, Suzy Bila, voltou a ser objeto de encontros e reencontros entre amigos, familiares e amantes da literatura infantojuvenil. Ontem, “Lamura” ganhou outra vida, desta vez em Maputo, numa cerimónia de lançamento que se integra nas comemorações do centenário de José Saramago e do 23.º aniversário da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP).

“Lamura” é inspirado em acontecimentos verdadeiros, mostrando como o poder da palavra no imaginário fértil de uma criança desvaloriza o tamanho dos obstáculos e faz surgir do nada o significado da liberdade – essa tónica que desperta e revitaliza a obra de Saramago, trabalhada agora por alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, tanto na construção da passarola voadora , como na exposição patente no átrio central da Escola. Mostra, ainda, alguns dos problemas políticos e sociais contemporâneos que merecem um olhar amplo e uma resposta urgente para a construção de uma sociedade mais humanizada onde todas as crianças possam usufruir plenamente dos seus direitos.

A obra foi adotada como livro de leitura pela EPM-CELP para alunos do 8.º ano. Por isso, para Luísa Antunes, presidente da Comissão Administrativa Provisória da Escola, a narrativa desencadeia, em si, uma série de reflexões sobre os sonhos e os direitos das crianças. “Lamura” é um menino que cresce à volta da fogueira ouvindo estórias contadas pelo pai.
lamura 3É através destas que o seu mundo ganha novos horizontes, pois cada palavra nova leva-o a pensar o desconhecido. Metamorfose é uma palavra mágica que abre no seu imaginário gavetas onde as respostas para as suas inquietações estão ainda escondidas.

“É um livro que incide muito sobre os valores e direitos humanos, sobretudo das crianças. Trata também de uma coisa muito importante: a capacidade de sonhar. As crianças, independentemente da violência e da vida que têm, possuem uma capacidade extraordinária de inventarem o mundo, de sonharem e de terem esperança. Portanto, este é um livro de esperança”, disse Teresa Noronha, responsável pelo setor de publicações da EPM-CELP, durante a apresentação da obra.

Em “Lamura”, Suzy Bila usa a escrita e a pintura para exteriorizar o seu estado de espírito. “Este livro nasce de uma insatisfação sobre a situação de exploração infantil”, disse a escritora em testemunho gravado e projetado no espaço do novo refeitório da EPM-CELP, sublinhando que “queria que as crianças percebessem que os problemas relacionados com os seus direitos não podem ser ignorados. É isso que quero lembrar: a liberdade. A liberdade para poder brincar, crescer livremente”.
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Suzy Bila, pseudónimo de Maria Suzete Carmona Bila nasceu em Maputo, em 1974. Desde 1996 que vive em Lisboa, tendo feito a sua formação artística no AR.CO, Centro de Arte no qual criou a sua própria entidade artística. Apesar da mudança de continente, não rompeu com as suas raízes, pois admite ter “as influências artísticas tradicionais do meu país de origem”.
pass pUm pássaro gigante suspenso logo na entrada do novo refeitório, pelo portão 4, transmite, pela variedade de cores, significados diversos. É africana, de papelão e tem como base de suporte uma rede de galinheiro e asas de diferentes cores feitas com retalhos de capulanas. Ao redor, sonhos – escritos e assinados - se espelham pelo espaço. Há desejos de todo o pré-escolar expostos. Uns querem voar, conhecer a lua, outros lugares, outros desafios, como seus pais e heróis. Outros querem ser melhores guardiões das suas cidades, do mundo, como polícias, militares, ou serem bailarinos, artistas da vida e da arte. Os sonhos são diversos, mas o objetivo é único: colorir o mundo de atitudes positivas.

É essa a mensagem que procura transmitir a passarola voadora, ontem inaugurada, no recinto da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) feita por 156 crianças das oito salas do pré-escolar por ocasião das celebrações do centenário de José Saramago e do 23.º aniversário da Escola, este ano sob o lema “Flores de todas as cores”.

A ideia da passarola voadora, de acordo com os organizadores, surge “pela sua particularidade de se alimentar de vontades, de desejos, de sonhos”, imaginários e/ou reais. Pedagogicamente, para além do estímulo do faz-de-conta (através do qual a criança desenvolve a criatividade, interage com o mundo e desenvolve física, emocional e socialmente), pretende-se, com este trabalho, transmitir às crianças a importância de darem asas à imaginação, de acreditarem na força que cada uma tem dentro de si e de sonharem, sempre”, explica a equipa.

O desafio foi realizado durante cinco dias, em contexto de sala de aulas, sempre aliando interações e muito engenho entre alunos, educadoras e auxiliares do pré-escolar. Os pais e encarregados de educação contribuíram somente com capulanas para a construção das penas e asas da passarola. “As crianças têm uma capacidade enorme de sonhar sem limites que devemos estimular, lembrando que o sonho comanda a vida e que a força do querer concretiza sonhos. E assim foi, demos asas à imaginação, unimos esforços, trabalhamos juntos em equipa e contruímos a nossa passarola africana que, alimentada com tantos sonhos bonitos, voou…”.

A passarola continua lá, suspensa, a sustentar e a alimentar sonhos desses meninos. Ninguém ainda sabe o seu destino, mas, enquanto lá estiver, continuemos todos a visitá-lo e a reconstituir os sonhos.

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